Obalauê
(rei, senhor da terra) Dia da semana: segunda-feira Cores: branco (paz e cura), preto (absorção de conhecimento) e/ou vermelho (atividade) Saudação: Atotô! (Oto, "Silêncio!") Elemento: terra Domínio: saúde (doenças) Instrumento: xaxará (espécie de bastão mágico) Deus originário do Daomé, Obaluaê (ou Omulú - sua forma mais velha) é o nome que substitui "Xampanã", deus da varíola, das doenças contagiosas e da peste, aquele que pune os malfeitores, enviando-lhes todos os tipos de doenças. Sua origem, assim como a de sua mãe Nanã, está na cultu¬ra daomeana assimilada pela cultura iorubá num lento processo de aculturação. Alguns pesquisadores supõem que o culto aos deuses daomeanos é anterior à idade do ferro pois, em certas partes da África e no Brasil, não são em¬pregados o uso de instrumentos de ferro. As pessoas consagradas a este deus usam um colar chama¬do laguidibá, feito de pequenos anéis de chifre de búfalo. Quando o deus se manifesta em um de seus filhos, o sinal de respeito é constatado em todo o terreiro. O iniciado é coberto por uma roupa revestida de palha-da-costa e um capuz feito do mesmo material. Leva nas mãos o xaxará, uma espécie de vas¬soura feita de folhas de palmeira, decorada com búzios e caba¬ças contendo remédios que o orixá passa nos visitantes durante a dança mítica para afastar qualquer tipo de doença. O orixá dança curvado para a frente, próximo ao chão, imi¬tando o sofrimento e os tremores de febre. Seu culto é cercado de mistérios e dogmas indevassáveis. O conjunto de cauris (búzios) utilizado na consulta do oráculo africano pertence a esse orixá. Embora ele não seja o dono do oráculo (que pertence a Ifá) é através de Obaluaê que o oraculista entra em contato com as forças mais poderosas, representadas na figura deste poderoso orixá.
Monica Buonfiglio
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