Hipnose
A palavra hipnose deriva do grego hypnos e significa sono, mas não condiz com o "estado de hipnose", já que a pessoa hipnotizada não adormece. Conhecida desde os tempos do Antigo Egito, a técnica chegou a ser aprovada pelo faraó Ramsés II. Médicos da Grécia, Pérsia e até Paracelso (1529) ficaram fascinados com a técnica. A estréia da hipnose para os acadêmicos ocorreu há mais de duzentos anos na Europa. Ninguém é hipnotizado se não desejar. Ou seja, o que acontece é a auto-hipnose, um relaxamento muscular e uma concentração mental voluntária, variável de pessoa para pessoa. É por este motivo que os terapeutas não deixam o paciente adormecer. Ele deve relaxar sentado ou recostado (mas não deitado), pois um bocejo pode interromper o processo hipnótico. Os cientistas confirmam que através das palavras específicas para a indução do transe, é possível que alguém seja hipnotizado, mudando seu estado de consciência. Eles também garantem que ninguém pode tornar-se um "robô", cumprindo ordens impostas pelo hipnotizador. Atualmente vemos com freqüência, a hipnose em consultórios odontológicos e em salas de cirurgia, substituindo a anestesia. É também usada no tratamento de fobias e disfunções psicossomáticas, tabagismo, queimaduras graves e restaurações cutâneas. É eficaz no tratamento de bulimia, ansiedade, depressão, impotência, asma e eczemas. Problemas como a esquizofrenia ou a depressão - na fase aguda, não apresentaram resultado positivo (o mesmo ocorreu em cirurgias de alto risco). O funcionamento da hipnose é relativamente simples pois estimula o cérebro através da sugestão. O resultado dependerá do estado crítico de quem for hipnotizado (cerca de 15% das pessoas são sugestionáveis). Em 1829 foi realizada a primeira cirurgia utilizando a hipnose como anestésico e em 1938, na então União Soviética foi adotado com sucesso o "parto sem dor" nos hospitais. Existem três níveis da hipnose: o primeiro é chamado de hipnoidal, o segundo, médio e o terceiro, profundo. No primeiro ocorre o estado de relaxamento, no segundo, é possível obter sensações analgésicas, e no terceiro (conhecido como sonâmbulo), é o nível mais complexo, onde é possível entrar em contato com o subconsciente. Freud utilizou a hipnose em casos como a neurose histérica. É uma pena que muitas hipnotizadores divulguem esta técnica nos veículos de comunicação como se estivessem em shows circenses. É comum ouvir destas pessoas a ordem "você irá dormir", ou prometer curas milagrosas para as doenças psicossomáticas. A sessão de hipnose dura cerca de uma hora. O paciente fica recostado em um divã enquanto que o terapeuta pede para que ele observe um pêndulo, conduzindo-o a um relaxamento muscular. O profissional utiliza a voz em um tom mais suave com sugestões para que o paciente fixe a atenção nele próprio. Depois da primeira etapa, o terapeuta pede para que o paciente levante uma das mãos ou cruze os dedos. Se ele fizer, significa que está hipnotizado. O terapeuta então, começa a repetir algumas sugestões como "você sabe que o cigarro faz mal à sua saúde", ou "se você deixar de fumar, a dor no peito desaparecerá" e assim por diante. Antes de encerrar sessão, o paciente é tirado do transe lentamente (e não de repente) utilizando a contagem regressiva. O paciente tem que acreditar no seu poder em modificar o problema que apresenta. Entre ambos (terapeuta e paciente) é fundamental existir a confiança.
Monica Buonfiglio
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