Terça-feira, 31 de janeiro de 2006
Frei Galvão será o primeiro santo 100% brasileiro
Frei Galvão (Antônio de Santana Galvão) deverá ser o primeiro santo 100% brasileiro. A informação foi divulgada em janeiro de 2006. Isto deverá ocorrer quando médicos legistas da Itália reconhecerem a cura de um doente (o milagre da cura será mantido em segredo até que aconteça a confirmação da canonização). Ele nasceu em 1739 na cidade de Guaratinguetá - São Paulo, em uma família rica (o pai era capitão-mor) e numerosa de dez irmãos. Aos treze anos, foi estudar em um seminário jesuíta na Bahia. Aos 21 anos, foi para o Rio de Janeiro para o noviciado da Ordem dos Frades Franciscanos Menores. Depois - já como sacerdote, foi transferido para o Convento de São Francisco, em São Paulo. Em 1774 fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência (Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz). Em vida, ele já tinha fama de santo pelos fiéis (os manuscritos da época retratavam o frei como um homem santo). Era considerado uma pessoa de paz, que sempre fazia caridade. Morreu neste mosteiro, no dia 23 de dezembro de 1822, onde seu corpo está sepultado. Ele é considerado o padroeiro dos arquitetos. O mosteiro e a igreja, construídos por Frei Galvão foram tombados como patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. Ele foi beatificado pelo papa João Paulo II no dia 25 de outubro de 1998. O Papa acatou um parecer da Congregação das Causas dos Santos, em que se atribui a Frei Galvão, a cura de Daniela Cristina da Silva. De acordo com a irmã Cláudia Hodecker que trabalha no processo de canonização, "faltam assinaturas de teólogos, cardeais e do papa Bento XVI. A resolução deve levar três meses". O movimento para a beatificação tomou impulso em 1990, através de D. Paulo Evaristo Arns. O Papa João Paulo II sempre dizia a D. Paulo que "o Brasil, o país com o maior número de católicos no mundo, não se esforçava para enviar processos de canonização ao Vaticano". O cardeal D. Paulo enviou ao Vaticano cinco processos. D. Paulo escolheu a irmã Célia Cadorin, para ser a postuladora (advogada do beato junto ao Vaticano), responsável pelo processo de beatificação (um processo de 1.500 páginas relatando as graças que Frei Galvão concedeu em vida e depois da morte, além de documentos e relatos anexados das suas virtudes cristãs). Até 1998 o livro contava com 30 mil relatos. Para se chegar ao milagre, seleciona-se cem graças "mais consistentes". Depois, quatro graças consideradas "milagres". O milagre de Daniela foi escolhido porque, no caso dela, não havia esperanças de vida durante sua permanência no Hospital Emílio Ribas. O Brasil tem outros beatos: a italiana Madre Paulina e o espanhol Padre José de Anchieta. Frei Galvão é o único 100% brasileiro. Veja também O milagre de Daniela Cristina da Silva
Monica Buonfiglio
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