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COLUNA DA MONICA
Sexta-feira, 21 de abril de 2006
É possível vender a alma?

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Foi matéria do Portal Terra em abril: "um chinês de 24 anos tentou vender sua alma no mais popular site de leilões da China". Conseguiu obter 58 ofertas antes dos operadores excluírem seu anúncio da página. O lance inicial por sua alma foi de US$ 1,23. No final dos 58 lances, o valor chegou a US$ 84.

O responsável pelo site decidiu que a oferta não era apropriada e deletou o anúncio assim que a notícia ganhou repercussão na imprensa: "Retirei a oferta porque achei que apenas Deus pode controlar as almas. Além disso, as almas não podem ser vendidas já que não são vistas ou tocadas".

Ele está certo. A alma não pode ser vista ou tocada. Ela significa "poder invisível, parte de nosso ser" e manifesta-se através da religiosidade, atos, pensamentos e idéias, ou seja, é a representação máxima da nossa parcela divina.

Os antigos filósofos acreditavam que a alma estava espalhada pelo corpo, sendo responsável pela consciência e vitalidade do mesmo. Descartes dizia que o ponto de encontro entre a alma e o corpo era a glândula pineal - ou terceira visão - localizada no centro do cérebro.

A existência da alma é rejeitada pela ciência, mas admitida por alguns filósofos. A principal designação da alma é "sopro". Ela é representada como uma substância luminosa, sob a forma de uma chama ou de um pássaro. Muitos gregos acreditavam que o coração fosse o zelador da alma representada por psyché (ou anima em latim).

Na literatura teológica, encontramos a palavra pneuma; o sopro puramente espiritual que se dirige às regiões celestes. A noção de pneuma, ou seja, mescla de ar e de calor vital, é muitas vezes identificada como o fogo puro do éter ou a alma do mundo.

Claro que não pode ser explicada de forma tão sucinta ou descrevê-la simplesmente como uma "união entre a porção da matéria com o sopro divino".

Helena Blavatsky, no Glossário Teosófico, observa: "a alma é designada como psyché ou nephesh na Bíblia". O princípio vital ou sopro de vida que todo o animal, desde o infusório, compartilha com o homem.

Na Bíblia traduzida, significa indistintamente vida, sangue e alma. "Não matemos seu nephesh" diz o texto original; não o matemos, traduzem os cristãos. A explicação para isto é que a alma propriamente dita é o intelectual humano, o elo entre o Espírito Divino do homem e sua personalidade inferior. É o Eu, que se desenvolve através da evolução. Na linguagem teosófica, é chamado Manas, "o Pensador".

A alma portanto, é algo poderoso, impossível de ser vendida.

Monica Buonfiglio/Especial para o Terra

 
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