Terça-feira, 4 de julho de 2006
A angústia do dinheiro
Um estudo realizado na Austrália mostrou que dinheiro não traz felicidade. Pelo contrário, pode causar angústia e depressão. Os pesquisadores descobriram que a preocupação excessiva com os bens materiais tem um efeito psicológico negativo. Muita gente quer mais dinheiro para manter vantagem sobre os demais. Como os objetos de consumo perdem o valor em pouco tempo, ocorre a frustração e a insatisfação. A angústia em relação ao dinheiro é na verdade, a angústia que provavelmente sentimos em relação a nós mesmos. É uma sensação psicológica caracterizada pela insegurança e surge em determinadas ocasiões, especialmente quando envolve dificuldades financeiras. Por isso, pode ocorrer em casos extremos, a ansiedade, o pessimismo, a insegurança e outros problemas físicos como o cansaço, a angina, taquicardia, asma, dificuldade respiratória, palpitação, transpiração excessiva etc. Claro que o dinheiro dá prazer. Mesmo quem é desapegado não pode deixar tudo e ir morar no deserto. Com ele compramos o que desejamos, mas percebemos rapidamente que não alimenta nossa alma. Não se pode tornar um escravo dele, pois não cura nossa ansiedade, mas quem a provoca. Nesta visão globalizada agimos de maneira errada desejando colocar um fim no sofrimento gastando dinheiro. A fonte da felicidade é a convivência com as pessoas. O melhor investimento é a amizade. As coisa materiais podem deixar a pessoa feliz, mas é algo superficial e incerto, mesmo sabendo que a sociedade valoriza os bens de consumo. O dinheiro é o meio, e não o fim. Ele não pode ocasionar a humilhação ou a angústia. O budismo ensina que: devemos olhar para nosso interior para obter a verdadeira felicidade e que precisamos mudar a frase "eu tenho", para "eu sou". Jacob Needleman, autor do livro O dinheiro e o significado da vida, explica que "o dinheiro fortalece nosso ego e isso aumenta a sensação de poder. Ele atua como uma droga, dando a sensação de que somos melhores e mais importantes do que realmente somos". O dinheiro não pode ter relação com a satisfação de viver. A vida é uma conseqüência da nossa atitude interior, da relação do espírito com seu corpo e vai muito além de questões meramente materiais.
Monica Buonfiglio/Especial para o Terra
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