Quarta-feira, 26 de julho de 2006
O misticismo de São Tomé das Letras
Considerada a cidade espiritual da Nova Era no Brasil, São Tomé das Letras é também chamada de "cidade das pedras". Situada ao sul de Minas Gerais, é uma cidade simples, onde tudo parece ter sido feito de pedras: casas, calçamento das ruas, artesanato etc. Como está no alto de uma montanha de pedras, é possível observar o horizonte de maneira espetacular. Os visitantes dizem que "parecem estar mais próximos das estrelas". Atrai sociedades espiritualistas, científicas e alternativas. Por isso também recebeu o nome de "cidade mística". Os principais pontos turísticos são: Gruta de São Tomé, Gruta do Carimbado, Casa da Pirâmide, Pedra da Bruxa, Caverna de Sobradinho, as construções em pedras, cachoeiras e o artesanato local. Quem deseja ter contato com a natureza ou tentar ver algo sobrenatural, deve conhecer São Tomé. À noite, os jovens tocam e cantam contemplando o céu estrelado. Conhecida também pelo nome "cidade esotérica", recebe muitos visitantes, especialmente espiritualistas e estudiosos de ufologia. Ela tem uma energia diferente e por isso é inspiradora. É considerada um dos sete lugares místicos do Brasil (além de Aiuruoca, Maria da Fé, Conceição do Rio Verde, Carmo de Minas, Itanhandu e Pouso Alto). A distância de Belo horizonte é de 335km. Sua altitude varia entre 870 a 1430m. Faz fronteira com as cidades: Três Corações, Luminária, Cruzélia, Baependi e Conceição do Rio Verde. São Tomé dispõe de hotéis, pousadas, alojamentos e campings. Faz frio à noite (é uma cidade que fica no alto da montanha). Por isso, é aconselhável levar roupas de frio, além de lanternas para ver melhor o interior das grutas. A cidade tem esse nome devido a uma lenda: conta-se que um escravo chamado João Antão fugiu de uma fazenda (cujo proprietário era o barão de Alfenas) escondendo-se em uma gruta. João se alimentava de frutas, raízes, da caça e da pesca. Certo dia, um homem que trajava branco, apareceu e entregou-lhe uma carta. O homem disse à João que deveria entregá-la ao barão de Alfenas. Mesmo temendo voltar à fazenda de onde fugiu, João cumpriu a determinação do homem de branco. O barão, após ler a carta, pediu para que João o levasse até a gruta para que pudesse se encontrar com o homem, pois se tratava de alguém que escrevia muito bem. Mas, ao chegarem à gruta não encontraram ninguém. Havia somente uma imagem de madeira do apóstolo São Tomé. O barão levou a imagem para sua casa, não uma, mas várias vezes, mas ela sempre desaparecia, voltando a surgir no interior da gruta. Diante disso e acreditando ser um milagre, o barão ordenou que construíssem no local uma capela (atualmente a igreja matriz) ao lado da gruta. Em 1740 formou-se ao redor da capela uma vila e mais tarde, a cidade de São Tomé das Letras. No interior da gruta existem pinturas rupestres de tonalidade avermelhada. A lenda relata que foram inscrições deixadas pelo apóstolo. Outros dizem que foram desenhados por extraterrestres. Mas historiadores atribuem as inscrições aos índios que habitavam a região. O nome "Letras" surgiu destas inscrições.
Monica Buonfiglio/Especial para o Terra
|