Quinta-feira, 21 de setembro de 2006
O Vaticano e a proibição dos nomes angélicos
A Angelologia - filosofia que estuda o universo dos anjos - está baseada na idéia de que Deus e os anjos estão presentes em todas as religiões. Os nomes dos anjos foram criados através do estudo da cabala judaica, anterior ao cristianismo. Clemente de Alexandria (150 a 213 d.C) fez surgir a idéia de que os anjos conviviam em uma hierarquia celeste. Em Atenas, o historiador Dionísio também mencionou essa idéia. No Antigo Testamento, a palavra anjo é mencionada 108 vezes e no Novo Testamento, 175 vezes. Os anjos no Antigo Testamento são considerados reais e uma prova de fé do povo de Israel. Jesus, o Mestre, não nega a existência dos anjos nem tampouco critica sua crença. Em várias passagens bíblicas, se deixou auxiliar por eles (Lucas 22, vers. 43). Em muitas de suas parábolas, os personagens são os anjos. A tradição católica, usando o conhecimento da cultura judaica dos anjos, através do Papa Gregório, dividiu os seres angélicos em três grandes hierarquias, subdivididas em três companhias: 1) Serafins, Querubins e Tronos 2) Dominações, Potências e Virtudes 3) Principados, Arcanjos e Anjos Entre os séculos VI e XIII, os Concílios permitiram somente a invocação de Raphael, Miguel e Gabriel nas orações. A partir de então, os nomes dos anjos da cabala foram proibidos. A presença histórica dos judeus como os causadores do julgamento, condenação e execução de Jesus fez com que surgisse o sentimento geral de que os judeus eram inimigos dos cristãos. Já vimos a Igreja Católica, através das Cruzadas (1146-1189) eliminarem os não-cristãos; em 1240, queimarem o Alcorão em praça pública. Agora, em pleno século XXI, recebi a notícia de que o "Vaticano proíbe a invocação dos anjos através de seus nomes cabalísticos". Espero, de todo o coração e também com a lógica da nossa inteligência, que se deixe de lado a discriminação com outras religiões, através de imposições, porque a humanidade precisa de força e energia para obter a paz tão desejada por todos os povos. Devemos todos irmanarmos em busca de um único ideal, o amor e paz entre a humanidade, muito mais importante do que proibir o ato de pronunciar os nomes dos anjos da cabala.
Monica Buonfiglio/Especial para o Terra
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