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COLUNA DA MONICA
Quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Umbanda

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Umbanda é uma forma cultual originada da assimilação de elementos religiosos afro-brasileiros e do espiritismo brasileiro urbano, conforme relata o dicionário Aurélio. O umbandista é o freqüentador desta religião.

A palavra umbanda significa: um (Deus), ban (conjunto), da (lei). Portanto, umbanda é o "conjunto das leis de Deus". Segundo informou o Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda, "no dia 15 de novembro de 1908, Zélio Fernandino de Moraes compareceu à uma sessão da Federação Espírita em Niterói.

Lá recebeu um aviso de que seria o responsável pela organização de um novo culto no país. Por sua iniciativa, foi fundado o primeiro terreiro de umbanda no Brasil com o nome 'Tenda Nossa Senhora da Piedade'".

Nas décadas de 30 e 40, a umbanda foi reprimida de maneira violenta e classificada como "ilegal e socialmente desviante" (esta classificação permaneceu até 1964). Neste período, os terreiros foram invadidos por policiais, seus participantes presos e os locais, fechados.

Com o fim do Estado Novo, a umbanda pode então ser praticada abertamente, gerando uma atividade organizacional que se expressa de maneira democrática até os dias atuais.

Milton Alves dos Santos (34 anos de sacerdócio), um dos mais respeitados sacerdotes de umbanda do país, explica que ela nasceu do sincretismo religioso do culto da nação africana, do culto indígena, do espiritismo e do catolicismo. Sem fim lucrativos, um terreiro de umbanda tem como missão a caridade, a união e a fraternidade entre todos os seres viventes.

Ao chegar a um terreiro de umbanda, a pessoa é encaminhada à assistência onde ocorre uma limpeza espiritual. Ela ouve uma palestra proferida pelo dirigente.

Depois, é encaminhada para um médium, sacerdote ou sacerdotisa que, incorporado com a entidade -- que pode ser um caboclo, preto(a)-velho(a), criança, baiano, cigano etc., orienta sobre seus problemas espirituais e também materiais.

O Congá (altar) merece destaque, pois concentra as forças positivas irradiadas do plano espiritual até aquele local. Ao centro do altar, vêem-se a imagem de Jesus Cristo (assimilado como Oxalá) e as demais entidades, que são os pontos de fixação das forças positivas.

Tudo se desenvolve em torno de uma gira, um ritual onde ocorre a manifestação de diversos espíritos de luz que trabalham na umbanda.

Neste mesmo espaço sagrado, os médiuns vestidos de branco e com muito respeito, incorporam espíritos (caboclos, preto-velhos, crianças, iaras etc) através do toque dos atabaques e cantigas. Os médiuns ajudarão com palavras de conforto e sabedoria os freqüentadores do templo. A religião pode ser dividida em umbanda esotérica e exotérica.

Esotérica: é a parte interna, destinada ao culto religioso. É ensinado aos médiuns o cumprimento das preparações e obrigações na lei da corrente astral da umbanda as quais não podem ser revelados aos profanos.

Estes ensinamentos consistem em: cuidar do anjo da guarda, utilização de velas, guias, defumadores, banhos de ervas, pontos cantados, pontos riscados, assentamento dos orixás, guias e protetores (nomes, seus pontos riscados e também cantados, falanges ou linhas de orixás ao qual pertencem).

Também trata da disciplina, regulamento interno e externo, responsabilidade, obediência e o cumprimento dos preceitos espirituais. A iniciação do médium leva sete anos.

Exotérica: é a parte externa destinada ao culto religioso. Difundido entre seus seguidores, possibilita os mesmos a tomarem
conhecimento dos rituais apresentados em público. Ex.: festas na praia, mata, cachoeira, no templo, casamentos, batizados (ou trabalhos) etc.

Milton revela que existem 70 mil templos documentados no Brasil. O dia da umbanda é festejado em 15 de novembro. Adentrar no universo da umbanda é trafegar em um lugar pacífico e democrático.

Através da convivência entre seus freqüentadores, aprende-se a fraternidade e igualdade, além de desvendar o mundo sagrado, dos caboclos, baianos, boiadeiros, preto-velhos ou marinheiros, tudo em nome do amor.


 
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