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Monica Buonfiglio
COLUNA DA MONICA

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Com a cabeça raspada, olhos negros por trás dos óculos e um sorriso permanente, Dalai Lama (oceano de sabedoria) possui uma vitalidade invejável. Transmite paz e admiração por onde quer que esteja, seja militando em favor do Tibete ou realizando suas palestras.

Décimo quarto Dalai Lama, Tenzin Gyat-so nasceu em 6 de julho de 1935 em Taktser, no Tibete, em uma família de camponeses. Aos dois anos, foi descoberto por uma delegação que viajava por todo o país em busca do sucessor do recém-falecido 13º Dalai Lama e a encarnação de Avalokitesvara, Buda da Compaixão.

Depois de passar por todos os testes da tradição, foi proclamado como a reencarnação do seu predecessor e, aos cinco anos, tornou-se o líder espiritual do povo tibetano. Assumiu seus deveres de Dalai Lama aos dezesseis anos. Aos 19, seguiu para Pequim com a intenção de negociar a liberdade do seu povo com Mao Tse-Tung, sem sucesso.

Em 1959, após concluir seus estudos e tornar-se doutor em filosofia budista, a China invadiu o Tibete, e tentou capturá-lo. Ele fugiu para a Índia, fixando-se em Dharamsala (norte do continente). A China bombardeou Lhasa e Dalai buscou ajuda da ONU. A partir daí, começou a divulgar para o mundo o que ocorria com o Tibete. Ele não conseguiu a libertação de seu país, mas conseguiu manter intacta a cultura do Tibete.

Para os budistas, ele é referenciado como Santidade. Seus discursos realizados em vários países acabaram por se transformar em mais de 200 livros, traduzidos em vários idiomas. Nas suas obras, ele proporciona ao leitor a idéia de valorizar o que está ao seu alcance, apontando as maneiras de lidar com várias questões.

Ele cativa a platéia com seu bom humor e simplicidade com que trata todos os assuntos. Para ele, a vida deve ser vivida de maneira simples, onde cada pessoa pode estar inserida com harmonia no meio dos outros. A transformação de uma pessoa para tornar-se mais feliz ocorre por meio de fatos corriqueiros, que podem ser mudados utilizando a tolerância, a paz, o perdão, a ética, a humildade, etc.

A última coisa que se vê em suas palestras é a tentativa do Dalai em converter o público presente. Ele sempre deixou claro que devemos ser bons e felizes independente da religião professada.

Para Dalai Lama, é imprescindível: o engajamento em qualquer área da vida (não podemos apenas rezar, mas fazer algo pelo próximo diante de sua necessidade), o desapego aos bens materiais (desapego é sinônimo de amor, a compaixão, a ética em todas as áreas da vida, a preocupação com a ecologia e preservação do meio ambiente, a alegria, a humildade em aceitar seu próximo, a paciência (ao invés da omissão), a serenidade e não apatia, além de aprender a lidar com o sofrimento como idéia de crescimento.

Ele milita pela libertação do Tibete, que está sob jugo das forças chinesas. Acredita-se que mais de 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da invasão chinesa, entre eles monges e professores.

Prêmio Nobel da Paz em 1989 e reverenciado pelos fiéis como uma das encarnações do próprio Buda, vive em função de passar seu conhecimento sobre felicidade, pacifismo, ética, autoconhecimento e ecologia.

Monica Buonfiglio/Especial para o Terra

 
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