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Monica Buonfiglio
COLUNA DA MONICA

Entenda um pouco mais sobre o misticismo da Índia

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A Índia é um país mágico: terra dos lideres espirituais Mahatma Gandhi e Krishnamurti, é o berço das maiores religiões, como o hinduísmo, o budismo e o islamismo. Crê-se no carma, ou seja, no destino pessoal e, por isso, muitas pessoas aceitam o sistema de castas* que representa o destino certo nesta vida e nas próximas encarnações.

Na terra do vegetarianismo, vacas, elefantes, macacos e praticamente qualquer outro animal é protegido por Deus; assim, insistem em andar entre as pessoas disputando espaço, de igual para igual.

Na capital Nova Deli, o ar é impregnado de incenso misturado com as especiarias como o cravo e a canela e a cor rosa tem sua predominância nos prédios das ruas principais. O colorido das roupas das mulheres se mistura com o som das cítaras e dos templos avista-se os monges entoando seus infindáveis mantras de paz; tudo isso faz deste continente algo inigualável com quatrocentos idiomas, mil e seiscentos dialetos, duzentos e quarenta mil deuses e setecentos e cinqüenta milhões de hinduístas.

Os lugares sagrados são muitos. Em Bombaim, por exemplo, a religiosidade é vista por meio dos banhos feitos pelos devotos no rio Ganges, em Madras - cidade indiana mais rica, onde existe o maior complexo de bibliotecas e universidades. A cidade de Agra é famosa pelo Taj Mahal, o maior monumento de amor a uma mulher.

Krishna nasceu em Vrindávana e em Jaipur os turistas ficam deslumbrados com os palácios avermelhados. A filosofia tântrica pode ser apreciada nos vinte e dois templos místicos espalhados por Khajuraho.

Em Pushkar, norte de Rajastão, existe o único templo consagrado ao deus Brahma. Para quem deseja escrever páginas de diários relatando suas aventuras como andarilho pode seguir para Kathmandu, a capital do Nepal e iniciar a peregrinação para o Himalaia.

Flores embelezam a paisagem árida e o ar seco; a enorme quantidade de mulheres solitárias dá uma indicação de que a vida não é tão boa para elas como crê a imaginação das estrangeiras. O sinal vermelho na testa das mais velhas é um indicativo de que são casadas e os turbantes usados pelos homens são referências de sua casta.

Em todo o território indiano, a história está contida em estátuas de divindades que enchem os olhos dos turistas; mas o mágico da Índia está em Benares, o berço do budismo onde Sidartha Gautama, o Buda, deu seu primeiro sermão há 2.500 anos e é especialmente reverenciada como uma cidade poderosa, um centro poderoso energético. Na cidade, Ganges é a maior estrela e tem que ser visitado por todo indiano antes de morrer, para se lavar e ter sua alma purificada para encontrar o nirvana.

A Índia é assim: em cada lugar, em cada canto, em cada grão de areia, se encontra a divindade, ou seja, encontra-se Deus em nós mesmos. Namastê.

*O sistema de castas foi criado entre 600 e 250 A.C. e é baseado no hinduísmo (83% da população) – religião que não tem fundador. Seu principal livro é os Vedas. As castas se dividem em quatro: Brâmanes (sacerdotes, religiosos e nobreza), Xatrias (guerreiros e soldados), Vaixas (comerciantes, camponeses e artesãos) e Dalits (escravos), que incluem os Párias (intocáveis).

Monica Buonfiglio/ Especial para o Terra

 
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