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Coluna da Monica |
A Papisa Joana
04 de julho de 2001 |
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Diversos textos da Idade Média falam de Joana, uma mulher que contrariando todas as leis, teria ocupado o cargo máximo da Igreja Católica. Por não ter sido confirmado, este fato foi abandonado por todos, nos deixando em dúvida quanto à sua veracidade.
Diversos documentos afirmam que Joana realmente existiu, tendo nascido na cidade de Mainz, na Alemanha, filha de um casal inglês que estava morando ali, na época. Quando adulta, Joana conheceu um monge e por ele se apaixonou. O amor foi correspondido, e deixaram a Alemanha, partindo para a Grécia, onde ela teve acesso a seus estudos. O casal permaneceu em Atenas durante três anos, e depois mudaram-se para Roma.
Por viver com um religioso, Joana achou melhor se disfarçar, vestindo roupas masculinas. E assim o fez, adotando o nome de Johannes Angelicus.
Em Roma, Joana conseguiu ser nomeada cardeal, e em virtude de sua notável inteligência, foi finalmente eleita papa.
A vida amorosa de Joana continuou e acabou engravidando. Durante uma procissão, quando já estava em avançado estado de gestação, e ao passar por uma estreita viela entre o Coliseu e a Igreja de São Clemente, deu à luz em frente ao povo que acompanhava o cortejo, escandalizando a todos. Depois disso, amarraram-na em um cavalo, arrastaram-na para fora de Roma, apedrejando-a até a morte.
Lenda ou não, entre 1377 e 1404, as procissões papais evitavam passar pelo mesmo caminho feito por Joana.
Segundo um cronista do século XIII, Joana ocupou o cargo durante dois ou três anos, entre o Papa Leão IV e o Papa Benedito III (anos de 850 e 1100).
Se tudo isso não passa de uma lenda, pode-se então perguntar: porque teria surgido a história de uma mulher que ocupou a posição de um Papa?
Existem duas possibilidades: uma, é a de que o eunuco chamado Nicetas, por ser castrado, não foi eleito, acabando sendo chamado de "mulher". A outra hipótese é que, no século XIII, o papado tinha um grande número de inimigos, especialmente entre a Ordem dos Franciscanos ou Dominicanos. O descontentamento provocou restrições a diversos privilégios que eles poderiam ter. Para prejudicar a instituição, teriam espalhado verbalmente a história da Papisa.
Lenda ou realidade, esta seqüência de fatos está caracterizada na segunda lâmina do Tarot, "a Papisa", considerada pelas escolas esotéricas como a personificação da sabedoria, do conhecimento, e detentora da chave dos grandes mistérios.
Monica Buonfiglio
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