Estigmas
24 de julho de 2002
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Estigmas
são marcas que aparecem no corpo, especialmente nas mulheres, possuindo
formas lineares ou pontiformes. Nos últimos sete séculos, registrou-se
apenas dois casos de estigmas masculinos. Essas marcas aparecem nas histórias
de santos(as) como Francisco de Assis, Santa Teresa d'Ávila e Padre Pio,
além de místicos ou iogues.
Em 1224, quando São Francisco pregava no Monte Alverne,
nos Apeninos, apareceram cicatrizes que correspondiam às cinco chagas do
Cristo crucificado. Esses estigmas permaneceram até o final de sua vida
e teriam sido o motivo de seu enfraquecimento e sofrimento físico. As estigmatizações
aumentaram progressivamente por dois anos, levando-o à cegueira, até
que morreu, no dia 3 de outubro de 1226. O fenômeno ocorre principalmente
para os fies da religião cristã onde os estigmas tem uma peculiaridade:
surgem na Sexta-feira da Paixão e reproduzem as cinco chagas de Jesus.
Dias depois, o estigma desaparece. O corte se fecha muito rapidamente
e a pele volta ao seu estado normal. O estigma também não evolui;
ou seja, não cicatriza, não aumenta e não se infecciona.
As marcas podem ser apenas superficiais, como um avermelhamento da pele. As mais
sérias, perfuram e atravessam o corpo. Para a psiquiatria, a estigmatização
ocorre em quase sua maioria pela desordem nervosa ou casos de histeria do(a) estigmatizado(a).
Um dos casos mais conhecidos ocorreu com Teresa Neumann, que viva
na Baviera e jejuou durante trinta e seis anos, de 1926 a 1962. Na Sexta-feira
Santa, os estigmas apareciam. Um controle rigoroso realizado durante quinze dias
feito por cientistas, pesquisadores e observadores juramentados, permitiu verificar
que nesse período, além do aparecimento das marcas, também
ocorreu a "inédia", ou seja, o fato de não se alimentar,
e mesmo após ter perdido quatro litros de sangue e de suor, seu peso voltava
ao normal no dia seguinte.
O resultado foi surpreendente: não havia qualquer possibilidade
de fraude, pois os estigmas eram vistos se formando "sob os olhos" dos
observadores. Seria o inconsciente de Teresa? Creio que, ao estudar fenômenos
como este, podemos ter uma idéia do poder mental que ainda desconhecemos
nos seres humanos.
Monica Buonfiglio
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