Rituais Fúnebres
29 de maio de 2002
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Os
seres humanos, procurando manter um elo com o mundo divino, sempre cercaram seus
mortos com cerimônias dos mais variados tipos, dependendo do país
e de seus costumes. Desde o chamado Período Paleolítico, os homens
enterravam seus mortos no intuito de que a Mãe Terra cuidasse de seus filhos,
os quais germinariam e se transformariam em plantas.
Nos povos do Baixo Nilo e nos sítios arqueológicos
de Sergipe foram encontrados corpos enterrados em posição fetal,
como se estivessem vivendo uma nova gestação. Alguns acreditam na
reencarnação - a doutrina do renascimento, a transmigração
da alma -, ou seja, a possibilidade de retornar posteriormente ao mundo terreno,
vivendo com pessoas próximas da sua convivência.
Os espíritas atribuem aos mortos - "espíritos"
- a essência divina, podendo dar assistência na Terra. A sociedade
que mais se preocupou com a morte foi a egípcia. O processo de mumificação
no Egito, conhecido no mundo inteiro, é a maior prova disso. Ele começou
a ser usado apenas pela classe sacerdotal e demorava cerca de setenta dias para
ser concluído. O corpo era desidratado com ervas aromáticas, que
eram atadas a ele com sucessivas faixas. Colocavam-se então, as jóias
funerárias e seus talismãs.
Na Grécia e em Roma eram conhecidos os banquetes fúnebres,
onde se ofereciam alimentos em nome do morto, chamados Lares, com a função
específica de proteger a casa e interceder a favor de sua família
junto aos deuses. Os adeptos do Novo Testamento acreditam que, ao morrer, a pessoa
encontra-se com Deus e que seus atos serão julgados. Para eles, existe
o céu - um estado de felicidade - e o inferno, cujo fogo representaria
os tormentos morais.
Para os hindus, os rituais fúnebres são realizados
através da cremação do corpo. Entre os índios brasileiros,
existe a crença de que a felicidade da pessoa que morreu depende de seu
rompimento definitivo com os laços terrenos. Algumas tribos queimam todos
os pertences do morto, para que ele não tenha vontade de retornar. Devemos
ou não guardar objetos e roupas da pessoa que morreu?
Para os estudiosos esotéricos isto representa um atraso
na evolução do desencarnado, pois cada vez que seus objetos, roupas
ou outros pertences são tocados, - ou palavras cheias de tristezas são
pronunciadas -, ele não consegue seguir sua evolução. Seu
coração dirá a hora de doar (geralmente isso ocorre depois
de um ano da morte). Ao fazer a doação, tenha a certeza de que será
muito mais útil a você e a quem estará ajudando.
Monica Buonfiglio
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