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Black Friday 2024 será a mais cara dos últimos anos

Especialista analisa cenário e explica porque conflitos globais e outros fatores devem interferir nas promoções deste ano

11 nov 2024 - 12h37
(atualizado em 12/11/2024 às 11h43)
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Resumo
A expectativa para a Black Friday é de vendas de R$ 8 bilhões, porém os preços podem não ter descontos tão expressivos devido a problemas logísticos e fatores globais.
Jackson Campos, especialista em comércio exterior
Jackson Campos, especialista em comércio exterior
Foto: Divulgação

A tão aguardada Black Friday está se aproximando, e muitos consumidores já fizeram suas economias para aproveitar ao máximo as promoções deste período. Segundo a ABComm, a expectativa é que as vendas cheguem as R$ 8 bilhões de reais com ticket médio de R$ 738, ultrapassando os números do ano passado. No entanto, a projeção dos preços não são tão otimistas quanto se esperava, segundo o especialista em comércio exterior, Jackson Campos.

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De acordo com ele, diversos fatores globais e nacionais devem resultar em promoções menos impactantes, com preços que não devem estar tão abaixo do que já é visto atualmente nos sites de compras internacionais e nacionais.

“Devem ocorrer descontos, mas não na magnitude que costumávamos ver em anos anteriores. Problemas de logística, tanto global quanto nacional, encareceram o transporte de produtos. Assim, os preços devem ficar acima do que se previa. O consumidor terá mais dificuldade em encontrar grandes promoções e ofertas que realmente se destaquem”, afirma Campos.

Estratégia dos varejistas

Antecipando a alta do frete marítimo, que continua acontecendo e que pode ser agravada com a guerra no oriente médio, as grandes varejistas anteciparam a compra dos estoques da Black Friday e Natal para junho e julho, buscando aproveitar o momento e ter os itens a disposição para o esperado aumento de vendas neste período.

Entretanto, outros fatores inesperados, como a seca no Amazonas, o aumento das importações e a valorização do dólar, além das complicações no Oriente Médio, especificamente no Mar Vermelho, tornaram as importações mais caras. Como resultado, os produtos não estarão muito mais baratos neste ano.

“O aumento do dólar impacta severamente quem importa, uma vez que o frete marítimo subiu e os importadores tiveram que desembolsar mais para os mesmos produtos. Além disso, o segundo semestre sempre apresenta uma alta natural nos preços, conhecida como ‘peak season’. Somando-se a isso, enfrentamos diversos problemas simultâneos, resultando em um aumento expressivo no custo do frete que, infelizmente, será repassado aos brasileiros”, analisa o especialista.

O Impacto do Mar Vermelho

O problema no Mar Vermelho e no Canal de Suez deve ser um dos principais fatores que encarecem os preços. Essa rota, que corta o norte da África e leva rapidamente à Europa, tornou-se insegura devido aos ataques dos Houthis no Iémen, levando as empresas de frete a optarem por rotas mais longas pelo sul da África.

“Uma viagem que costumava levar cerca de quatro dias até portos europeus, como o de Rotterdam, agora pode levar até onze dias. Isso eleva consideravelmente o custo do frete e é uma questão que está longe de ser resolvida, especialmente com a escalada do conflito entre Irã e Israel. É um fator a ser observado nos próximos meses”, explica Campos.

Então, o que fazer como consumidor?

Diante desse cenário, os consumidores devem ficar atentos aos preços divulgados e avaliar se realmente vale a pena realizar a compra. “É importante que o consumidor já comece a monitorar os preços dos produtos que deseja adquirir, fazendo comparações para determinar se a compra será vantajosa”, conclui Jackson.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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