Festa Junina é a mistura de influências indígenas e africanas; saiba mais
O São João e as festividades do mês de junho carregam raízes ancestrais que se entrelaçam com as tradições europeias
As festas juninas trazem na origem fortes raízes indígenas e africanas, refletindo-se na sua simbologia, culinária, além de práticas religiosas e sonoridade.
Ricas em diversidade cultural, as tradicionais festas juninas espalhadas pelo país, como o São João, trazem na origem fortes raízes indígenas e africanas. Muito antes da invasão do território brasileiro pelos europeus, alguns ritos e celebrações já eram praticados por aqui.
Um exemplo das influências indígenas nas festas juninas é a fogueira, que remete aos rituais indígenas de agradecimento pela colheita e pedidos por fertilidade. Para os povos originários, o fogo representa a purificação e a conexão com os ancestrais. Esse culto a elementos da natureza traz valores e simbologias indígenas.
Outra referência é a comida típica da Festa Junina. O milho, a mandioca, a batata-doce e o amendoim, por exemplo, têm origem indígena. Estes ingredientes faziam parte da base da alimentação das comunidades e, com o passar do tempo, foram incorporados às celebrações juninas.
Quando o assunto é dança folclórica, a referência também é indígena, incluindo a união de ritmos ancestrais africanos.
O forró e o coco, por exemplo, apresentam influências africanas em suas melodias. No passado, essas cantigas, recheadas de lendas, eram cantadas pelos escravizados nas rodas de capoeira e celebrações.
A própria coreografia da quadrilha junina tem origens que remontam às danças africanas. Os movimentos sincronizados e a utilização de elementos como fitas e chapéus remetem às expressões culturais e religiosas dos povos africanos.
Na culinária das festas juninas, temos como herança africana o mungunzá, prato à base de milho cozido (também conhecido como canjica).