Itens de festa junina registram alta acima da inflação; veja o que ficou mais caro
Os efeitos climáticos desempenham um papel importante na dinâmica dos preços dos alimentos; entenda
Os preços dos itens e ingredientes utilizados no preparo dos pratos típicos juninos aumentaram em média 5,74% nos últimos 12 meses, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nesse mesmo período, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal foi de 3,28%.
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Dos 27 produtos avaliados, itens como arroz, maçã e batatas inglesa e doce pressionaram a inflação dos alimentos típicos dos festejos. Nos últimos 12 meses, a batata inglesa subiu 60,66%; seguido do arroz com 23,42%; e da maçã com 21,72%. A batata doce subiu pouco mais de 11% e o açúcar refinado passou dos 10%, nos últimos 12 meses.
Segundo a FGV, a média da inflação junina só não é maior porque vários outros itens importantes na culinária que celebra os santos juninos tiveram queda relevante, tendo à frente o trigo, com queda de -15,47%; o leite condensado, com -13.98% e o leite longa vida, que reduziu o preço médio em -7,22% em 12 meses.
“Embora este ano a cesta tenha apresentado diversos produtos com queda de preços em 12 meses, nenhum deles foi capaz de compensar as respectivas altas acumuladas e registradas nas festas juninas de 2023, mostrando que o orçamento do consumidor não deixou de sofrer com a alta do período anterior”, pondera Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
O especialista destaca ainda que os efeitos climáticos desempenham um papel importante na dinâmica dos preços dos alimentos, principalmente daqueles in natura, que possuem maior sensibilidade às mudanças climáticas. “A batata-inglesa tem sofrido com a quebra de safras anteriores e perda de produtividade, o que faz com que seu preço suba significativamente”.