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Inter quer fazer crediário para ter Vampeta
Sexta-Feira, 18 Agosto de 2000, 02h48

São Paulo - A transferência do volante Vampeta para a Itália agora esbarra no crediário. Ontem, mais uma rodada de negociações aconteceu entre Corinthians e Inter de Milão, e o problema agora é o parcelamento pedido pelo clube europeu, fórmula que a Diretoria corintiana e seu parceiro Hicks Muse rejeitam. O atual contrato do jogador contém cláusula estipulando em US$ 15 milhões a oferta mínima para levá-lo.

Outro obstáculo é o receio do próprio Vampeta em não estar fazendo um bom negócio. Segundo os cálculos do volante, o fisco da Itália vai levar boa parte do seu salário. Com isso, também quer renegociar porque, da maneira atual, o desconto na fonte poderia comprometer suas pretensões de ganho. A intenção é fazer com que a Inter se comprometa a compensar a dedução.

Enquanto a novela se estende, o técnico Oswaldo Alvares, o Vadão, vai tirando proveito da situação. "Ainda não há nada legalizado e não existe motivo para esconder a notícia. Quando as coisas estiverem certas, eles (a diretoria) vão me avisar. Somente aí eu não vou mais pensar em escalá-lo", disse o treinador, que espera ter o volante para a partida de domingo contra o Botafogo, no Rio.

Escalação incomoda - A tranqüilidade de Vadão vai perdendo espaço à medida em que o assunto sobre a escalação é aprofundado. Com um estiramento na parte posterior da coxa esquerda, o atacante Éwerthon desfalca o time por um período de quatro a seis semanas. O substituto, de acordo com o técnico, não está definido, apesar de que a balança indica vantagem para o novato Gil, autor do gol na vitória em cima do Palmeiras. "Não sei se ele suporta os 90 minutos, mesmo com a superação que é normal nessas condições. O importante é que ele entrou, jogou bem e se fortaleceu".

O técnico explica que a opção em colocar o garoto Gil durante o clássico foi inspirada por um treinamento. "Ele fez um excelente coletivo segunda-feira.

Quando o Palmeiras entrou com outro atacante, senti que era preciso lançar mão de maior velocidade no nosso ataque também. Foi uma necessidade que deu certo", comemorou Vadão.

Marcelinho chegando - Os concorrentes de Gil para atuar ao lado de Luizão são Fernando Baiano e Luiz Mário. "As opções são boas", considera o técnico. Engrossando a disputa, está Marcelinho, que aguarda sua liberação. "Quero voltar. É a primeira vez que fico três partidas de fora e não tenho nenhuma vontade de completar a quarta", brincou o atacante.

Ontem, Marcelinho arriscou alguns chutes. "Senti um pouco de dor, nada fora de controle. Conversei com o médico e fiquei mais tranqüilo. Quero jogar, mas a decisão é dele". Hoje, ele participa do coletivo para conferir suas reais chances. Quem tem volta garantida é o meia Ricardinho e, chegando, pode estar Robson Pontes, atualmente no Bayer Leverkusen, da Alemanha.

Sem querer outra coisa, a não ser curtir o momento, quem ontem aparentava estar quase alheio a todos os demais temas que não fossem o 1 a 0 sobre o Palmeiras era o atacante Gil. Ele sabe que não está garantido como titular e que, para isso, terá de encarar uma briga de peso, nada que o assuste. "É importante fazer o gol e vencer o Palmeiras porque, assim, a gente prova que pode enfrentar qualquer grande time. Sem contar que o resultado é melhor por ser o nosso principal rival", avaliou.

Gil admite estar realizando os sonhos de jogar no Corinthians e fazer gol no Palmeiras. "Tomara que eu possa continuar tendo essa mesma sorte. A oportunidade que os mais jovens estão tendo agora é muito boa. É a hora de aproveitar."

Jornal da Tarde


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