Belo Horizonte - O atacante Romário tem na ponta na língua a solução para a campanha irregular da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002: o próprio Romário. Despejando a empáfia que o tornou um ídolo polêmico e falastrão, o atacante do Vasco esteve ontem em Itabira, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, para lançar o “Projeto Romarinho", e não titubeou frente a nenhuma pergunta, principalmente sobre Seleção.

“Agora que Romário voltou, as coisas irão melhorar", garantiu, falando sobre os malogros da equipe de Luxemburgo nas Eliminatórias. Não se esquivou nem mesmo da pergunta sobre uma provável dupla com Marques, o atacante atleticano também convocado para jogar no dia 3, contra a Bolívia. “O Marques é um dos melhores atacantes do futebol atual. Nos últimos jogos em que entrou, ele modificou a Seleção", avalizou.

Em entrevista coletiva realizada no auditório Mina da Conceição, da Vale do Rio Doce, Romário lamentou as oportunidades desperdiçadas por Marques na última partida, contra o Chile, quando o Brasil perdeu por 3 a 0, mas observou que são coisas do futebol. “Se o Wanderley colocar nós dois no ataque, será um grande prazer jogar com o 'Pescoço', que era a forma como o chamávamos no Flamengo (jogaram juntos em 1996)."

O jogador confirmou a sua vontade de vestir a camisa da Seleção também nas Olimpíadas de Sydney, dizendo que fará de tudo para convencer Luxemburgo de sua convocação. “Se for preciso, chamo até o Papa", brincou. Romário, porém, faz questão de jogar contra a Bolívia. “A Seleção Olímpica irá se apresentar antes, mas sei que alguns jogadores irão participar do jogo contra a Bolívia e depois irão para lá. Posso fazer o mesmo."

Romário explica a sua vontade de jogar nas Olimpíadas como a busca de um título ausente na estande de uma geração campeã. “Sou de uma geração de jogadores da Seleção que conquistou todos os principais títulos, menos a medalha de ouro. É o sonho de todo brasileiro. Eu participei da Olimpíada de 88, em Seul, e fui vice. Conquistar esta medalha seria um presente para esta minha geração", afirmou o jogador.

Apesar de dizer que a Seleção melhorará com a sua entrada em campo, Romário atentou para os perigos de ser visto como o Salvador da Pátria mais uma vez (nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994, viveu situação semelhante, ao ser convocado para a última partida contra o Uruguai. Na época, correspondeu às expectativas). “Isso tem dois lados. Um, positivo, é que as pessoas confiam em mim, e outro, negativo, é você chegar lá e não salvar."

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