Sydney - O grupo ambientalista Greenpeace deu início a seus protestos pré-olímpicos desenhando a palavra ''tóxico'' num círculo gigante na grama próxima à principal área de competições.
A inscrição, num campo próximo ao Estádio Olímpico na Baía de Homebush, no extremo oeste de Sydney, pretende mostrar que algo mais precisava ter sido feito para limpar o local, usado como depósito de lixo para o produto venenoso dioxina entre 1949 e 1976.
O círculo desenhado na grama --medindo a metade do tamanho de um campo de futebol, com a palavra e uma flecha apontando para o local de competições olímpicas a três quilômetros-- foi projetado para ser visto pelas pessoas que sobrevoarem Sydney.
Cerca de 25 ativistas usaram cortadores de grama para esculpir a palavra num terreno baldio onde já existiu uma indústria química que produzia dioxina.
O Greenpeace reclama que o governo do Estado de Nova Gales do Sul não fez o suficiente para cumprir um compromisso firmado em 1997 para que as Olimpíadas que começam no próximo dia 15 de setembro sejam ``Jogos Verdes''.
``Há um sentido de urgência agora... claramente o prazo será perdido'', disse o ativista do Greenpeace Matt Ruchel.
``Queremos que os milhões de visitantes dos ``Jogos Verdes'' de Sydney saibam que a apenas dois quilômetros e meio dos atletas e espectadores há uma das hidrovias mais poluídas do mundo'', disse Ruchel.
Manifestantes do Greenpeace, com trajes protetores, inspecionaram também 69 barris de lixo tóxico no local de uma antiga fábrica, separado de Homebush Bay por um rio.
O grupo reclama que alguns dos tambores estão se corroendo devido a uma armazenagem prolongada.
Os organizadores dos Jogos de Sydney gastaram US$ 80,8 milhões na Baía de Homebush para tornar os locais de competição auto-suficientes em energia e tentando reduzir as emissões de gás.
Documentos do governo mostram que a baía foi usada como um depósito de lixo para dioxina, um ingrediente chave do agente laranja --um gás venenoso usado durante a guerra do Vietnã.
Cancerígena, a dioxina foi produzida por uma fábrica da Union Carbide próxima à Baía de Homebush e o lixo foi enterrado no local ou espalhado pelo chão.
Reuters