São Paulo - Não bastasse a fraca campanha da seleção brasileira nas Eliminatórias, Wanderley Luxemburgo enfrenta problemas com a Justiça. E pior, confirma que já teve quebrado o seu sigilo bancário. Em um procedimento inédito, a Confedeação Brasileira de Futebol (CBF) distribuiu à imprensa nota oficial em que Luxemburgo admitiu que teve o sigilo bancário quebrado por conta do inquérito que apura se ele sonegou Imposto de Renda. Renata Carla Moura Alves, que diz ser ex-secretária do treinador, afirmou que fazia compra e venda de bens com o dinheiro de Luxemburgo, como forma de enganar a Receita Federal.

Segundo o advogado de Renata, Fernando Andrade da Silva, ela fazia arremates em leilões e depois revendia os bens - carros, telefones e apartamentos. As negociações, explicou, eram feitas no nome de sua cliente, que tinha uma procuração de Luxemburgo.

"Depois, ela repassava os lucros para o treinador, ficando com uma comissão de 10%", afirmou o advogado. Os negócios aconteceram entre os anos de 1992 e 1996.

Em 1997, a Polícia Federal Fazendária chamou Renata para depor por causa de sua movimentação financeira. Então, ela contou que os bens que adquiria eram de Luxemburgo. Em julho deste ano, a PF pediu a quebra do sigilo bancário do treinador.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que aprovou o pedido, aceito pela 8ª Vara Criminal Federal. Depois, o inquérito retornou ao MPF.

A procuradora do MPF Lilian Gulhon Dore vai anunciar na próxima semana se apresenta denúncia contra o treinador. Ela pode optar por pedir que a Polícia Federal Fazendária realize mais investigações. Na nota, Luxemburgo informou que o seu advogado, Marcos Malucelli, vai defendê-lo quando houver a denúncia do MPF. Ele garantiu que o processo não vai interferir em seu trabalho na seleção.

Jornal da Tarde