Rio - "Estamos treinando no templo da natação mundial."
Foi desta forma que o diretor-técnico da equipe brasileira, Ricardo de Moura, definiu o Complexo Aquático do Instituto Australiano do Esporte (IAE), no primeiro treino da equipe brasileira de natação no local, na tarde
desta sexta-feira.
Pela manhã, os atletas ainda treinaram na piscina
de Tuggeranong.
Inaugurado em 16 de julho de 1983, o complexo do Instituto é projetado
cientificamente para o desenvolvimento de campeões. Nele, treinam o russo
bicampeão olímpico Alexander Popov e o australiano recordista mundial dos
100m borboleta Michael Klim, cuja marca foi quebrada aqui mesmo em dezembro
de 1999.
Mas o grande charme da piscina de 50m (pode ser dividida em duas de 25m)
e 2,2m de profundidade são os visores subaquáticos usados para filmagens e
análise biomecânica. Segundo Ricardo de Moura, cada detalhe chama atenção
nesse verdadeiro sonho de consumo de qualquer nadador do planeta.
"Ela possui a profundidade ideal, raias com diâmetro maior e áreas de
escape", disse. "Tudo isso diminui a onda refletida, que bate na borda e volta no
corpo do nadador aumentando a resistência de seu movimento. Por isso esta piscina é tão rápida."
Até a sexta, o complexo estava sendo usado pela equipe australiana
olímpica de pólo aquático masculino. Quando chegou ao
Instituto, César Quintaes, impressionado com o que via, logo sacou sua inseparável câmera digital para registrar cada momento.
"Eu tenho que mostrar isso para os meus amigos", disse. "Isso aqui é impressionante."
Para o aquecimento dos atletas, o centro ainda dispõe de um ginásio com
aparelhos específicos para nadadores.
Leonardo Costa também gostou do que viu e lembrou da quebra de recorde
mundial obtida por Michael Klim. "A água daqui deve ter alguma mágica, pois os caras ficam mais leves e voam", brincou o nadador, que também ficou impressionado com a sauna do complexo.
Antes dos brasileiros entrarem na água, a piscina estava sendo usada pela equipe de natação do IAE, que conta com Michael Klim e
Alexander Popov, os dois favoritos para a conquista do ouro nos 100m livre
nos Jogos Olímpicos de Sydney, além de outros medalhistas dos Jogos de
Atlanta (96).
Para resumir a importância deste complexo no cenário mundial, basta dizer
que Popov veio para Canberra em 94, já como campeão olímpico, podendo
escolher qualquer centro de treinamento do mundo.
L!Sportpress