Pequim - Os sonhos de Xie Weiting de se tornar uma ginasta profissional caíram por terra em 1966, quando Mao Tsetung levou a China ao caos com sua revolução cultural. Ela era pequena para saber que 30 anos mais tarde sua filha Liu Xuan vestiria as cores da China nas Olimpíadas de Atlanta e se destacaria nos Jogos Asiáticos de 1998 com uma medalha de ouro na trave.

Liu, agora a principal ginasta chinesa e uma veterana de 21 anos de idade, quer terminar sua carreira em Sydney com uma medalha olímpica de ouro. "Estou bem confiante. Para mim, Sydney pode ser a última competição importante, então vou lutar duramente por uma medalha", disse Liu.

Ela será a primeira ginasta chinesa a participar de duas Olimpíadas. Embora ela não tenha ganho medalhas em Atlanta, suas companheiras de equipe levaram duas de prata. Mas a forte equipe chinesa de ginastas espera trazer pelo menos três medalhas de ouro de Sydney, incluindo o título de equipe masculina.

A mãe de Liu se preparou para entrar na equipe de ginastas profissionais da China quando Mao começou a revolução cultural, virando a sociedade chinesa de ponta cabeça e levando o treinamento esportivo - assim como outras formas de educação - à estagnação.

"Ela começou antes da revolução, mas depois não havia mais ginastas e ela foi forçada a desistir", disse Liu. Ela herdou os sonhos da mãe, com incentivo do pai. "erguntei ao meu pai por que ele queria que eu treinasse ginástica se eu estava indo bem na escola. Ele disse que esperava que eu completasse o sonho da minha mãe" disse Liu.

A chinesa treinou seis horas por dia nos últimos 16 anos, e os sete últimos com a equipe nacional. "Se eu não gostasse meu pai não me deixaria continuar. Mas eu adoro e, mesmo depois de praticar profissionalmente, ainda sou apaixonada pelo esporte", disse ela.

Liu se concentrará nas barras assimétricas e na trave em Sydney, mas tentará o cavalo e os exercícios de solo se sua resistência permitir. "Em ginástica, o maior adversário é você mesmo", falou Liu.