Brasília – O líder do governo no Senado, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), afirmou nesta sexta-feira que o técnico não terá credibilidade para permanecer no cargo se as denúncias contra ele não forem satisfatoriamente desmentidas. "Hoje, não se sabe se os jogadores convocados são os melhores ou os que o técnico tem interesse em vender o passe", comenta Arruda, acrescentando ainda que houve um desvirtuamento total da seleção brasileira.
O senador quer que se investigue rapidamente as denúncias feitas pela ex-assessora do técnico, Renata Carla Alves. Para ele, este novo episódio somado ao contrato da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com a multinacional Nike, que quase resultou em abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso, mostram que o futebol brasileiro está precisando passar por uma investigação.
O técnico da seleção brasileira de futebol, Wanderley Luxemburgo, já foi autuado em R$ 1,4 milhão pela Receita Federal por sonegação de impostos em vários processos. Parte desse valor, ainda está sendo questionada pelos advogados do técnico. Mas eles não poderão mais reclamar na Receita da cobrança de R$ 260 mil já considerados uma dívida de Luxemburgo com a União. Outras investigações em curso poderão levar a novas autuações.
Os fiscais da Receita não crêem que os negócios de Luxemburgo estejam conectados a um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro. Os manuais de fiscalização dizem que as transferências de jogadores de futebol a preços milionários são uma fórmula clássica de legalizar dinheiro obtido em atividades ilícitas, como o narcotráfico, por exemplo. No entanto, pelo menos até o momento, não apareceu nenhum indício de que o técnico da seleção brasileira esteja envolvido com esse mercado.
"Aparentemente, é uma coisa mais simplória", disse um fiscal. As denúncias contra Luxemburgo estão sendo acompanhadas também no Congresso.