Sydney - O tenista Gustavo Kuerten deverá ser o único atleta brasileiro - à exceção da seleção masculina de futebol - autorizado a usar na Olimpíada de Sydney material esportivo que não seja da Olympikus - a patrocinadora oficial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
O chefe da missão brasileira em Sydney, Marcus Vinicius Freire, mostrou-se ontem surpreso ao ser informado sobre a possibilidade de o tenista não ir aos Jogos em razão de um impasse entre as empresas que o patrocinam. Segundo Freire, o COB já havia fechado um acordo com os agentes do jogador, segundo os quais haveria uma composição entre os anunciantes.
"No acordo fechado com eles (representantes de Gustavo Kuerten), o Guga poderia usar tênis e raquete da marca que quisesse", disse o chefe da missão brasileira. Kuerten ostenta na camiseta as marcas Diadora, Banco do Brasil e globo.com (nas mangas). Por força de contrato, teria de entrar nas quadras com estas marcas. Se subisse ao pódio, por exemplo, apareceria para o mundo usando uma camiseta com a marca Olympikus, o que contraria o interesse dos outros anunciantes.
A primeira negociação tentava dar a Guga as mesmas condições da seleção de futebol - que usa Nike -, mas os acordos não avançaram.
"Se houve alguma mudança, ainda não fui informado", afirmou Marcus Vinícius Freire. "Estou já há vários dias aqui em Sydney e não sei de nenhuma mudança."
Nuzman - Segundo ele, quem poderá falar sobre o assunto a partir de agora será apenas o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, que deverá desembarcar em Sydney neste domingo.
Sem Guga e com as inscrições já encerradas, Jaime Oncins ficaria sem parceiro e também não poderia competir nos Jogos. Com isso, as chances de medalhas do Brasil no tênis estariam drasticamente reduzidas, nas mãos apenas de Vanessa Menga e Joana Cortez.
O Estado de S.Paulo