Rio - Há quatro anos, o título do campeonato
espanhol e da Copa do Rey na mesma temporada - o "doble". Agora, o caos.
O Atlético de Madrid ainda tenta assimilar a verdadeira bomba qua caiu sobre
o clube no último domingo.
Rebaixado na temporada passada - pela primeira
vez em 66 anos - , o time teve uma estréia desastrosa na segunda divisão da
liga espanhola e foi goleado pelo Levante por 4 a 1.
A publicidade da pré-temporada da equipe considerava que este seria "apenas
um ano no inferno". Mas ninguém jamais pensou que seria de uma forma tão
drástica, incluindo a possibilidade de uma prorrogação indesejada.
"Ninguém imaginou que isto iria acontecer. Olhar para a tabela e se ver lá
embaixo é muito triste", disse o técnico Fernando Zambrano.
O atacante Kiko, um dos ídolos da torcida - e que recusou propostas de
transferência ao fim da temporada passada - tentou manter os pés no chão em
relação ao jogo e à situação geral. "Eles nos destruíram e não adianta buscar desculpas. Temos que ser
realistas sobre a vida na segunda divisão", disse.
Opinião interiarmente compartilhada pelo artilheiro da segunda divisão do
ano passado, Salillas, que abriu o caminho para a goleada de domingo. "O Atlético tem um bom time, mas caso não se adaptem rápido eles terão
muitas dificludades", prevê.
Já o meia brasileiro Mazinho, que atuou no Celta de Vigo na temporada
passada e atualmente está no Elche, deixou clara qual a diferença entre
primeira e segunda divisões, alertando o clube madrilenho.
"Na segunda há mais contato e corpo a corpo, enquanto na primeira se deixa
jogar mais", avalia.
O problema se torna mais grave quando se comparam os investimentos feitos
pelas equipes antes do início da competição. O alvi-rubro de Madrid gastou
vinte vezes mais do que o modesto Levante.
Mesmo assim, há quem ainda veja
coisas boas na goleada. "De certa forma, o resultado foi bom, porque fará os jogadores se
conscientizarem onde estão", disse o presidente do clube, Jesús Gil y Gil.