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Guga diz que seu caso é igual ao da seleção
Terca-Feira, 05 Setembro de 2000, 03h12

Porto Alegre - Não é exatamente o espírito despojado concebido pelo Barão de Coubertin ao promover a Olimpíada de 1896, na Grécia, a primeira da Era Moderna. Em tempos de globalização e internet, interesses nada solidários tomam tanto o tempo dos organizadores quanto as questões técnicas de cada esporte.

Guga, por exemplo. É o maior ídolo tupiniquim desde a morte de Airton Senna, num esporte tão popular na terra do futebol quanto o badminton. Então, as chances de o Brasil faturar medalha de ouro no tênis são únicas na história, certo? Se os patrocinadores e o Comitê Olímpico Brasileiro deixarem, sim.

Imagine um homem sendo puxado pelos braços com a mesma força, porém em sentido contrário. É assim que está Gustavo Kuerten, quando o razoável seria, às vésperas da viagem para a Austrália, um jogador da sua estirpe estar com o pensamento voltado exclusivamente para as quadras sintéticas de Sydney. A Diadora, patrocinadora desde o começo da carreira, quando Guga era só um surfista desconhecido, quer ver sua marca irradiada para o mundo. Sem problemas, não fosse a Olympikus, feroz concorrente sua no mercado de material esportivo, responsável exclusiva por vestir os atletas brasileiros. Banco do Brasil e o site Globo.com, também patrocinadores do tenista, toparam não aparecer nas roupas durante os jogos, como forma de retirar lenha da fogueira. Mas o impasse está posto.

“Não vou abrir exceção para ninguém”, disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

“Só quero realizar o sonho de defender o país numa Olimpíada. Espero que os patrocinadores acertem isso. A seleção brasileira é patrocinada pela Nike e houve consenso”, disse Guga.

Na segunda, Rafael Kuerten, irmão e empresário de Guga já havia escrito a Nuzman, pedindo permissão para a logomarca da Diadora cohabitar no uniforme do tenista em Sydney. Recebeu um não do presidente do COB. Ontem, Rafael teve reunião com dirigentes e empresários, mas não houve acordo. A decisão foi adiada para hoje. “As coisas não são bem assim como estão dizendo”, disse Rafael.

A alternativa que está sendo negociada para acomodar os interesses das duas fábricas de material esportivo obrigaria Guga a levar um costureiro para o vestiário. Nos treinos, usaria camisetas e calções Diadora. Se subir ao pódio, entretanto, terá de estar fardado de Olympikus. O problema é o que vestir durantes as. partidas.

Em 1992, Michael Jordan, o Pelé do basquete, recebeu a medalha de ouro com a bandeira anmericana no ombro, para tapar o patrocinador da seleção, concorrente do seu. Como brincadeira, já há quem defenda uma medida radical para Guga: mandar todos às favas e jogar sem camisa.

Zero Hora


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