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Capital australiana já tem 112 brasileiros
Quarta-Feira, 06 Setembro de 2000, 02h41

Camberra (Austrália)– A meio-de-rede Janina causou sensação no aeroporto de Camberra ao desembarcar usando um cabelo colorido que fez lembrar a boneca de pano Emília, personagem de Monteiro Lobato. A jogadora da seleção brasileira de vôlei adotou o visual da tenista Venus Williams, usando fios sintéticos no lugar de miçangas, nas cores verde, amarelo e azul, trançados aos cabelos, no estilo rastafari.

Algumas meninas do handebol pintaram as unhas de verde e amarelo. Janeth, do basquete, tinha brincos com a bandeira do Brasil. As atletas repetem as manifestações de nacionalismo que devem ditar a moda entre os competidores nos Jogos de Sydney.

Janina fez as trancinhas há cinco dias, no Rio, logo depois que desembarcou de Manila, onde o Brasil conquistou a medalha de bronze, na disputa do Grand Prix da Ásia, resultado que o técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, considerou positivo. Cuba ficou com o ouro e Rússia com a prata. O time está em renovação e jogou sem Virna, que ainda se recupera de uma contusão em um osso da sola do pé direito.

Se a imbatível Cuba é nota 10, Bernardinho dá 9 para as russas e 7 para o Brasil. “Mas com a regra atual, podemos ir crescendo até o fim da competição e, em um bom momento, ganhar delas.” Protestante, Janina que tem ‘as orações como companheira’, explicou que o cabelo não se trata de nenhuma superstição. “Sempre que chego a uma semifinal ou final pinto as unhas ou os cabelos com as cores do time” ressalta. “Como não poderia fazer isso aqui, vim com o cabelo pronto.” Janina, que terminou o GP como titular da seleção, ao lado de Fofão, Walewska, Elisângela, Érica e Raquel, explicou que se identifica com os índios e os soldados que se pintam quando vão para as batalhas.

Cabelos coloridos e exóticos, comuns nos esportes, onde também os uniformes e as sapatilhas são um constante laboratório de cores e design, chegaram ao vôlei. Entre as jogadoras que tingem seus cabelos, estão Érica e Kely, que usam o loiro, e Elisângela, caju.

Waleswka tem mechas, como Leila. Virna chegou com o cabelo tradicional. Sua maior preocupação foi pedir sessões de acupuntura, para sua contusão. Ela foi eleita como ‘mãe’ do grupo. A jogadora, que fez apenas duas partidas, das 11 que a seleção jogou na Ásia, será integrada ao grupo nos treinos de Camberra. Seu marido Luiz e o filho Vitor chegam no dia 14.

Ontem mesmo, apesar da cansativa viagem e de chegar sentindo-se mal por causa da turbulência sofrida pelo pequeno avião da Qantas, que faz a rota Sydney-Camberra, Janina estreou o cabelo colorido na quadra do Instituto Australiano de Esporte. Bernardinho optou pelo treino para a equipe não dormir à tarde e tentar entrar no fuso horário o mais rápido possível. São 14 horas de diferença. O time chegou ao Brasil vindo da Ásia na terça-feira da semana passada e quando estava adaptando-se ao fuso do País viajou para a Austrália. “Sofro muito com isso, acordo várias vezes à noite, tenho sono de dia”, disse Virna, que já está sentindo um “frio na barriga” às vésperas de sua segunda Olimpíada.

Casa Cheia – A chegada dos atletas do vôlei, masculino e feminino, das meninas do basquete e handebol e da delegação do atletismo, ontem, a Camberra, praticamente completou o time que elegeu a fria capital australiana para os treinos que antecedem o início dos Jogos, em Sydney. Atualmente são 119 atletas, sem falar no restante da delegação, como técnicos, médicos e dirigentes. Faltam chegar à Camberra os integrantes das equipes de ginástica rítmica desportiva (GRD), ciclismo estrada e tae kwon do. Mas ontem, o hotel City Gateway estava com a casa cheia, a maior lotação desde o dia 23, quando chegou a natação.

O Estado de S.Paulo


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