Agência Estado |
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Guga e o técnico Larri Passos durante a entrevista
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São Paulo - O tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga, confirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira que vai jogar o torneio de tênis da Olimpíada de Sydney.
Guga disse, em Florianópolis, que embarca na sexta-feira com seu treinador, Larri Passos, em horário ainda não definido, chega a Sydney no domingo e deve começar os treinamentos já na terça. "Só preciso de uma hora para arrumar a mala. Já tou embarcando aí", disse Guga.
A decisão, tomada na manhã desta quinta, encerrou a polêmica sobre o patrocínio do tenista em Sydney, iniciada na terça-feira, envolvendo a Diadora, patrocinadora de Guga desde 1997, e a Olympikus, patrocinadora oficial do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) nestes Jogos.
Pelo acordo, Guga, ao contrário do restante dos atletas, não vai usar uniformes da Olympikus em quadra. Ele só será obrigado a isso caso suba ao pódio, com o agasalho oficial do Brasil. Durante os jogos, ele usa uma roupa neutra, sem marcas de patrocínio.
Guga vai disputar em Sydney o torneio de simples e também o de duplas, ao lado de Jaime Oncins.
Guga disse que saiu de "uma enrascada" e que passou dois dias difíceis, em situação delicada, em que procurou não falar nada e não entrar em polêmica. "Foi um desgaste muito grande, uma polêmica, eu, minha família e minha equipe passamos por dias difíceis", disse.
Depois do anúncio do impasse, na noite de terça, Guga havia se refugiado em Balneário Camboriú, no litoral catarinense, evitando contato com a imprensa. Só voltou a falar na manhã desta quinta.
"O que importa agora é eu me concentrar para os Jogos", disse. "Por isso, estou embarcando amanhã (sexta) mesmo", disse. "Estou preparado, estou em meu melhor momento, o positivo é que estou na Olimpíada."
Guga voltou a defender seu patrocinador, que, segundo ele, apoiou-o quando ele ainda não era famoso, antes do título de Roland Garros em 97. "Não é a questão do dinheiro", disse. "Só que eu não sou de deixar de lado e esquecer as pessoas que estiveram comigo desde o início, quando ninguém dava bola para mim."
Segundo Guga, a Diadora "chegou num limite" e cedeu até onde pôde. "O positivo é que estou na Olimpíada", disse. "Por mim, podem desenhar o que quiserem na camisa. Vale bandeira do Brasil, qualquer coisa."
Guga também criticou que disse que ele não iria à Olimpíada apenas por causa do dinheiro. "Esse negócio de dinheiro aí não é assim", disse.
O catarinense disse que sempre gostou de defender o Brasil em competições como a Copa Davis.
Guga disse que não esquece suas raízes e que tem orgulho em defender o Brasil. "Vamos para a frente, cara", disse, em seu estilo característico.
O tenista e seu treinador, Larri Passos, disseram que estão ansiosos para se juntar à delegação brasileira que já está na Austrália.
Ele chegou a achar que a decisão era irreversível. "Quando o presidente do COB (Carlos Arthur Nuzman) anunciou que eu teria de jogar de Olympikus, me vi mesmo sem jeito de ir a Sydney, mas eu fui encontrando força do povo e em todo lugar que eu ia as pessoas me davam esperança e motivação, diziam que eu fiz o certo, que estavam ao meu lado e que ainda acreditavam em mim em Sydney", disse. "Foi o povo brasileiro que me botou nas Olimpíadas."
Redação Terra