Rio - A quatro dias da estréia do Hóquei nos Jogos
Olímpicos, os árbitros estão discutindo uma nova interpretação nas regras
para a cobrança dos escanteios.
A Federeção Internacional de Hóquei (FIH) não informou aos times se os
árbitros irão proibir os jogadores de fazer longos arremessos aéreos nas
cobranças de escanteio. Atualmente, joga-se a bola, que é pequena e dura,
deliberadamente contra um adversário. A FIH havia prometido tomar medidas
sobre o assunto após o Torneio dos Campeões, em junho.
No entanto, os times não estão muito preocupados com o atraso: "Não ligo para qual seja a decisão, desde que todos sejam informados. Só
quero saber se uma bola arremessada em direção a um oponente será
considerada como jogada perigosa", disse o técnico da seleção australiana,
Terry Walsh.
Técnicos da Índia e do Paquistão, que são países tradicionais neste esporte,
também apóiam a decisão de rever as regras, mas os europeus, que fazem um
jogo mais caracterizado em longos arremessos, se mantêm calados.
"Quanto mais cedo soubermos o que vai acontecer, melhor", disse o técnico
da Índia, Vasudevan Bhaskaran.
"Uma cobrança de escanteio diretamente contra o corpo de um adversário pode
ser muito perigosa. Imagine uma bola viajando a cerca de 100 km/h e
atingindo um jogador a uma distância de 10 a 12 metros. E esta distância
pode ser ainda menor, uma vez que o adversário vem na direção contrária
tentando tomar a bola", questiona Walsh. "Não sei como os árbitros irão lidar com isso, mas, por questões de
segurança, seria uma mudança benéfica para o esporte", completa.
Quando perguntado sobre como está preparando seus cobradores de escanteio na
ausência de uma regra clara, Walsh disse que está treinando tanto cobranças
aéreas quanto no solo: "Não podemos ser pegos desprevenidos nas Olimpíadas.
Os australianos esperam ganhar pela primeira vez a medalha de ouro no hóquei
olímpico, uma vez que ficaram entre os quatro primeiros em sete das últimas
oito Olimpíadas."