Sydney - O atleta cubano de saltos ornamentais Arturo Miranda fez nesta quinta-feira um pedido às autoridades desportivas de seu país para que possa competir pelo Canadá, país onde vive desde 1995 e conseguiu cidadania.
"Peço a Cuba que reconsidere sua posição. Eu não sou um desertor, deixei Cuba legalmente, sempre fiz tudo o que pude para ajudar meus compatriotas. Estou muito confuso", expressou Miranda em uma entrevista concedida na Vila Olímpica em Sydney.
Por sua vez, a Associação Olímpica Canadense enviou documentos à Associação Cubana e ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, na última tentativa de anular a proibição, para que Miranda possa competir na prova do trampolim de três metros.
“Nós formulamos um novo pedido às autoridades cubanas para que reconsiderem seu veto e também pedimos a intervenção direta do presidente Samaranch neste caso", informou o diretor executivo da Associação Olímpica do Canadá (COA), Mark Lowry.
"Enviamos dois pedidos oficiais ao Comitê Olímpico Cubano, em julho e agosto, e em ambos os casos a resposta foi negativa. As cartas enviadas nesta quinta-feira ao Comitê Cubano e a Samaranch representam a última esperança para a participação de Miranda, já que o Tribunal Arbitral de Esportes do COI vetou a participação do atleta cubano.
Na mesma ocasião, o tribunal do COI negou uma solicitação similar formulada pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos em favor do canoísta cubano Angel Pérez, que conseguiu a cidadania norte-americana. Nos casos de Pérez e Miranda, Cuba esteve fiel ao princípio de negar qualquer facilidade para os atletas que tenham abandonado o país. No caso de Miranda, a reação cubana foi recebida com surpresa pelos canadenses.
"Sempre tivemos excelentes relações com Cuba. Além do mais, a última vez que Miranda participou de uma competição como membro da equipe cubana foi em 1991, durante os Jogos Pan-americanos", disse o treinador da equipe de saltos ornamentais do Canadá, Mitch Heller.