Brasília - O futebol brasileiro deverá enfrentar mais um pedido para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ingressou na manhã desta quinta-feira com requerimento pedindo a criação de nova CPI, desta vez com objetivo de apurar denúncias recentemente feitas pela imprensa de que vários clubes e outras entidades ligadas ao futebol estariam sonegando o recolhimento de contribuições previdenciárias. No documento, já em poder da presidência do Senado e que já foi protocolado sob o número 200, o senador justifica o pedido para que sejam apuradas outras acusações, como o não recolhimento do Imposto de Renda por clubes, jogadores e técnicos de futebol e irregularidades referentes à venda de jogadores brasileiros para o exterior.
Nesse último item, o parlamentar paranaense sustenta que o Banco do Brasil já teria inclusive constatado problemas relativos a essas transações, abrangendo o total de US$ 40 milhões, fatos que precisam ser imediatamente apurados, quer através da CPI, quer através do Ministério Público Federal. Irregularidades envolvendo clubes de futebol e bingos, e também possíveis ilegalidades existentes no contrato de patrocínio firmado entre a CBF e a Nike, são motivos expostos pelo parlamentar no pedido.
No que diz respeito à CBF, o senador registra no documento que "apesar de ser pessoa jurídica de direito privado, a entidade participa do sistema nacional do desporto (artigo 13, parágrafo único III) estando pois, obrigada a respeitar o princípio da soberania nacional, inscrito no inciso I do artigo 2º da lei 9615/98, que instituiu normas". Ele entende que, desta forma, a entidade desrespeita flagrantemente a soberania nacional, ao concordar que a referida empresa (Nike) escolha até mesmo os adversários da Seleção Brasileira de futebol.