Rio - O sonho de muitos técnicos de times do Módulo
Amarelo é se transferir para clubes da elite do futebol brasileiro. Mas este
não é o caso de Luiz Carlos Cruz, do Figueirense, que, empolgado com a boa
campanha na Copa João Havelange, quer assumir o comando de todo o
departamento de futebol.
Tudo por conta da estrutura da equipe
catarinense, nos moldes de um clube-empresa. "Não balançaria com uma proposta de um grande clube, pois o Figueirense tem uma grande estrutura. Tenho contrato por um ano e meio, mas o objetivo é renovar, para controlar o futebol do clube, desde as divisões de base", disse.
Luiz Carlos Cruz acredita que a força do conjunto é responsável pela boa
campanha de seu time no Grupo A do Módulo Amarelo da Copa JH, em que ocupa a
vice-liderança, com 21 pontos, atrás apenas do São Caetano, com 27. Apesar
de a equipe só ter disputado dez jogos, o treinador garante que já está
sonhando com uma das três vagas na próxima fase da competição, ao lado das
principais forças do futebol brasileiro.
"Os 15 investidores do Figueirense querem resultados", disse. "Queremos nos classificar entre os oito primeiros do grupo, até chegarmos à fase final da
Copa João Havelange."
Motivos para sonhar não faltam. O Figueirense não perde há nove jogos, desde
a estréia, quando foi derrotado por 3 a 1 pelo São Caetano. Desde então
foram seis vitórias e três empates. Em meio à boa campanha, Luiz Carlos
Cruz, que foi jogador do nternacional de Lages, do Novo Hamburgo e do Grêmio,
está lançando o livro "Treinador de futebol: profissão perigo", em que
relata a sua experiência e a de outros técnicos, que vivem a ameaça de
demissão constantemente.
Do time que vem fazendo sucesso na Copa JH, ele destaca o lateral Rafael, o
zagueiro Tiago, o meia Oliveira e o atacante Júlio. Luiz Carlos Cruz
pretende ainda revelar novos jogadores e, para isto, confia na qualidade dos
profissionais que trabalham com ele.