Recife - Atualmente treinando o time do Santa Cruz, Renê Simões enfrentou o Japão na Copa da França, em 1998, quando estava no
comando da seleção da Jamaica. Segundo ele, o Brasil deve se aproveitar do
fator psicológico quando for jogar contra os japoneses pela rodada decisiva
do torneio de futebol das Olimpíadas de Sydney.
Renê lembrou que os japoneses costumam se abater muito quando erram em
alguma coisa, pois a forte cobrança faz parte da cultura do país.
"Na cultura japonesa, ninguém pode fracassar. Todos apelam para a
autopunição, desde o empresário que não tem sucesso nos negócios e o
estudante que não vai para a universidade ao jogador que perde uma partida.
Por causa disso, a taxa de suicídio no Japão é muito alta. Temos que
obrigá-los a errar, pois eles vão acabar se abatendo", disse o treinador,
que, à frente da Jamaica, bateu o Japão por 2 a 1 na primeira fase da Copa
do Mundo.
Se a decisão dependesse de Renê Simões, ele levaria os três jogadores com
mais de 23 anos permitidos pelo regulamento das Olimpíadas. O técnico do
Santa Cruz afirmou que a experiência do atacante Romário tem feito muita
falta à seleção brasileira, e citou o exemplo de Zamorano, que tem se destacado no time olímpico do Chile.
Para a partida do Brasil contra o Japão, na manhã desta quarta-feira, Renê
chamou a atenção para Hidetoshi Nakata, que segundo ele possui um talento
fabuloso.