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Judô vive altos e baixos nos Jogos
Terça-feira, 19 Setembro de 2000, 12h44

Sydney - O judô brasileiro vem alternando alegrias e tristezas no judô dos Jogos de Sydney. A medalha de prata conquistada por Tiago Camilo nos pesos leves serviu de incentivo, mas não inspirou os meio-médios Marcel Aragão e Vânia Ishii a subir ao pódio olímpico. Ao contrário. Derrotados em suas lutas, Marcel e Vânia deixaram o Sydney Exhibition Halls deprimidos.

Marcel se disse culpado por ter sido eliminado pelo cubano Gabriel Arteaga. Ele viveu num espaço de poucos minutos o melhor e o pior dia de sua vida. "O melhor foi quando subi ao tatame olímpico e o pior foi quando saí derrotado", definiu. "Fui péssimo, lutei muito mal nessa Olimpíada e não dei o máximo de mim". Vânia chorou ao perder na repescagem do judô para a belga Gella Vandecaveye. A vitória lhe daria a possibilidade de realizar um sonho, o de igualar o feito de seu pai, Chiaki Ishii, que ganhou a medalha de bronze entre os meio-pesados nos Jogos Olímpicos do México, em 1968.

A derrota, porém, veio da pior forma, por ippon (golpe perfeito), ao ser imobilizada pela adversária com 3m38s de luta. "Fiz tudo com o coração, da melhor forma possível, mas não deu", lamentou. Ela sabe que, aos 27 anos, terá de lutar muito para participar dos Jogos de Atenas/2004, quando estará com 31. Daqui em diante, vai fazer planos para no máximo um ano, não para quatro.

Na madrugada de quinta-feira, mais dois lutadores brasileiros vão ao tatame. A meio-pesado Edinanci Silva, de 24 anos, luta contra a portuguesa Sandra Godinho, de 27, terceira colocada no Torneio Europeu de Judô Union. Edinanci é uma das maiores esperanças brasileiras de medalha para o judô. Até segunda-feira ela treinava diariamente na solidão de Camberra. A Confederação Brasileira de Judô acredita tanto na judoca que adiou ao máximo sua chegada a Sydney ."Na vila olímpica os atletas ficam muito dispersivos e gastam energia demais, o que não é bom na véspera de uma competição", afirma o técnico Geraldo Bernardes.

Nesta quarta-feira também luta o meio-pesado Mário Sabino, policial militar que disputa sua primeira Olimpíada. Sabino estréia contra o alemão Daniel Guerschner e, nesta segunda-feira, esteve no Sydney Exhibition Halls para conhecer o local onde vai lutar. Ele está confiante que poderá levar uma medalha para Bauru, no interior paulista. "Vim aqui antes para saber exatamente como são as coisas e não dormir assustado", disse. A expectativa é tão grande que a visita deixou uma ponta de frustração no judoca. "Esperava algo diferente."

Agência Estado

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