Sydney - A paulista Daniele Hypólito participa na madrugada desta quinta-feira da final do concurso individual de ginástica artística do torneio olímpico, com objetivos claramente definidos. Quer chegar entre as 20 melhores ginastas do mundo. Na fase classificatória, a brasileira obteve 37,111pontos e terminou na 34ª colocação. A chefe da equipe de ginástica artística do Brasil, Eliane Martins, justifica o otimismo, dizendo que Hypólito tem condições de se apresentar melhor agora que na eliminatória. "Ela falhou nas paralelas e não realizou os exercícios de solo como deveria e sabe fazer", disse a chefe da equipe. "A nossa expectativa é que ela possa chegar a 38 pontos, o que a colocaria perto da vigésima colocação", completou.
Desta fase final, participam 36 ginastas, que alternam exercícios de salto, paralelas, trave e solo. A disputa pelo ouro do concurso individual deverá se transformar numa luta particular entre russas e romenas. Svetlana Khorkina, Ekaterina Lobazniouk e Elena Prodounova pelo lado russo e, Andrea Raducan e Simona Amanar, pelo lado romeno. A brasileira Camila Comin não conseguiu se classificar. Na eliminatória, ela fez 36,324 e terminou em 49º.
Eliane Martins reclamou muito do tablado que está sendo utilizado em Sydney. De acordo com ela, o piso é duro demais, inadequado para a realização dos exercícios. Isso explica, segundo a chefe da equipe do Brasil, o rendimento apenas regular da brasileira na fase de classificação, quando caiu uma vez e ultrapassou a linha em outra oportunidade. "Não foi só ela que sofreu uma queda. Aconteceu com praticamente todas as meninas", acrescentou.
Esse problema, segundo Eliane, levou dirigentes de várias delegações a formalizarem protesto contra a organização dos Jogos. "No mundo todo se usa pódio de fabricação alemã ou americana, que são idênticos, praticamente. Só aqui eles usaram este, de fabricação australiana", reclama. O tablado é um pódio de madeira instalado sobre molas, coberto por um piso de espuma emborrachada e que fica a 90 centímetros do chão. "Aqui eles usam um material um pouco diferente de todo o resto do mundo, o que dificulta a adaptação", explica a chefe da equipe. "Nos treinos fica ainda pior, porque o piso é colocado diretamente no chão".
Daniele Hypólito vai começar sua apresentação pelos exercícios de salto. Será a segunda, atrás da francesa Nelly Ramassamy. Em seguida, ela vai para as paralelas, a trave e, por fim, os exercícios de solo. "Ela tem todas as condições de melhorar o desempenho. Se ela dominar a ansiedade, deverá se sair bem", acredita a chefe da equipe brasileira. Para Eliane Martins, a regularidade é a principal virtude da ginasta, mas acredita que nos exercícios na trave, ela possa conseguir as melhores notas.