Sydney - O velocista brasileiro Sanderlei Parrela já tem um esquema preparado para a hipótese de ser obrigado a fazer exame de doping depois da eliminatória dos 400 metros, nesta sexta-feira - a primeira competição oficial que participa depois de ter sido liberado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
Ele adiantou que só vai para o exame acompanhado de seu treinador, Luiz Alberto de Oliveira. O treinador deverá acompanhar cada etapa da coleta e manipulação do material. "Eu até já avisei ele que se eu estiver demorando muito na coleta, ele pode entrar na sala", disse.
Sanderlei volta às pistas nesta sexta-feira depois de um longo período de inatividade. Ele respondia a processo por uso de doping durante o Grand Prix de Atletismo do Brasil, em maio deste ano, e foi suspenso preventivamente por dois anos. Acabou inocentado, mas a decisão só foi anunciada há três dias.
"A partir de agora, temos de tomar todas as precauções possíveis", disse ele. "Tenho certeza que o pessoal do doping vem com tudo para cima de mim", acrescentou.
Sanderlei diz que vai para a prova tranqüilo, já que acredita não ter maiores responsabilidades. Ele estava treinando todo o tempo em que esteve suspenso, mas reconhece que está sem ritmo. O atleta admite que está longe de sua melhor forma e, por isso, sem confiança.
"Eu não sei direito o que posso render. Não tenho uma noção de como estou na largada, por exemplo", explicou. Além disso, garante que ainda sente os efeitos do fuso horário (de 15 horas, em relação aos Estados Unidos, de onde veio). "Eu ainda me sinto um pouco mole. Ontem mesmo eu fui dormir tarde e acordei às quatro da manhã e não consegui dormir mais. Mais tarde, sei que vou sentir sono", prevê.
O velocista quer aproveitar o torneio olímpico para dar início a um programa de aprimoramento visando a temporada do ano que vem. "O mais importante até agora era provar minha inocência, e isso já foi feito. Agora é pensar no ano que vem", disse ele.