Sydney - Apesar da insistência do presidente do Comitê Olímpico do México, Mário Vázquez Raña, e do chefe da delegação, Felipe Muñoz, de nada valeu o protesto que apresentaram para tentar recuperar a medalha de ouro ganha pelo atleta de seu país Bernardo Segura, na marcha de 20 km, e retirada em seguida depois que foi desclassificado por ter cometido três faltas durante o percurso.
”Me aborrece especialmente a forma como me eliminaram. Tinha um advertência ao entrar no estádio e é estranho que levaram tanto tempo para me informarem que havia acumulado três faltas e estava for a”, disse, chorando de raiva, o mexicano, que já viveu essa experiência em outra ocasião.
Nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata, em 1995, foi desclassificado pelo mesmo motivo.
De acordo com os juízes, Segura, 30 anos, cometeu sua terceira falta ao entrar no estádio, quando faltava um quilômetro para terminar a prova.
O atleta teria levantado os dois pés do chão ao mesmo tempo, isto é, corria em vez de marchar. As imagens da televisão não deixam dúvidas, segundo os responsáveis, que continuam analisando a reclamação dos mexicanos.
Ainda segundo os juízes, a informação sobre a terceira advertência chegou depois que terminou a prova porque o diretor da corrida não conseguiu comunicar-se com o estádio antes, por causa do barulho. Por isso, o anúncio da eliminação de Segura foi feito quando ele já comemorava sua vitória e acabou sendo muito dolorosa para o mexicano.
“Sou um campeão sem medalha e sem coroa”, desabafou o atleta, que foi bronze em Atlanta-96, ouro nos Pan-Americanos de Winnipeg em 99 e recordista mundial da especialidade em 94 com o tempo de 1h17min25s.
Ao seu lado, seu compatriota Noe Hernández, medalha de prata com 1h19min03s, nem conseguiu comemorar sua vitória. “ Estou muito feliz porque é o fruto de muito esforço, mas é uma medalha amarga porque Segura não está no pódio. Eu me sinto realmente como se tivesse ganho a de bronze, porque a de ouro pertence a ele”, disse depois da prova.
Entretanto, o campeão da marcha, o polaco Robert Korzeniowski explicou que não se sentia como se tivesse arrebatado a medalha do mexicano. “Estas coisas acontecem. Quem comete uma infração é punido e Segura fez sua terceira falta antes do final da prova”, disse.
Graças a Hernández, o México consegue sua oitava medalha olímpica na marcha e ao mesmo tempo acumula uma nova decepção já que nos Jogos de 1980 e 88, dos campeões mexicanos foram desclassificados da competição em circunstâncias parecidas.
“Com a cabeça bem fria decidirei se continuo competindo na marcha ou não. Agora, não quero pensar em Olimpíada, Pan-Americano e nem em campeonatos, só quero dormir”, afrimou muito triste.