Sydney - O cavaleiro Rodrigo Pessoa não anda apenas a cavalo na hípica em Sydney. Para se deslocar de um local a outro, ele recorre a uma bicicleta australiana, porque as distâncias são longas e o sol tem sido rigoroso.
Pulseirinha metálica energizante no pulso direito, camiseta da delegação brasileira, ele só quebra o convívio com a lida do cavalo para almoçar no restaurante da hípica e assistir a alguma prova pela TV.
"Eu prefiro acompanhar pela televisão porque mostra mais detalhes", explica.
Rodrigo Pessoa foi um dos últimos da equipe brasileira a chegar a Sydney, mesmo assim já se considera adaptado e motivado com a recente vitória obtida em Calgary. Era um título que lhe faltava e que lhe garante o primeiro lugar no ranking individual mundial e se junta às credenciais de tricampeão das Copas do Mundo de Helsinque/98, Gotemburgo/99 e Las Vegas/2000 e medalha de bronze por equipe em Atlanta/96. Seu nome é lembrado pelas revistas especializadas como favorito a um ouro nos Jogos. Ele não dá crédito.
"Seria melhor que o desempenho por equipe fosse levado em conta na fase individual, mas não é e por isso fica mais difícil", disse.
Rodrigo já esteve morando na Vila Olímpica, mas agora se transferiu com a família para uma casa no tranqüilo bairro Elisabeth Park, atrás da hípica. Com a proximidade da competição, ele prefere ficar em seu próprio ambiente e por isso deixou a Vila.
"Eu curti a Vila enquanto estive lá, falei com o Guga, com o pessoal da natação, nos demos bem, mas para mim é difícil permanecer nesse ambiente porque não estamos acostumados. É diferente do pessoal do atletismo e do futebol, que vive rachando quarto, nós não temos este hábito. Portanto, perto de competição, é melhor não inventar e ir pelo tradicional. A rotina é a melhor arma neste momento", disse Rodrigo.
Mas o cavaleiro vai quebrá-la até o fim do ano. Depois da Olimpíada de Sydney, Rodrigo casa com uma amazona norte-americana.