Roma - Os jogadores Aldair, Cafu, Antonio Carlos, Marcos Assunção e Emerson foram vítimas do racismo da torcida da Roma na tarde deste domingo.
Revoltados com a eliminação da equipe pelo Atalanta na primeira fase da Copa da Itália, mais de 200 torcedores transformaram os brasileiros em vilões da desclassificação. Os jogadores, inclusive Emerson, que está contundido e fora da equipe, foram alvos de cânticos racistas antes do treino.
O mais visado foi o volante Marcos Assunção, que teve o seu carro danificado pelos furiosos torcedores. O técnico Fábio Capelo e Franco Sensi, dono da Roma, também foram vaiados, o mesmo acontecendo com os argentinos Abel Balbo e Walter Samuel, o francês Vicent Candela e o japonês Hidetoshi Nakata.
“Os torcedores têm razão de ficar aborrecidos. Porém, queremos que fiquem tranquilos. Sabemos que somos culpados de tudo”, disse o capitão Totti.
Após o treino, que foi realizado em meio aos gritos dos fanáticos, o capitão Totti e o uruguaio Guigou tentaram dialogar com os torcedores, mas os gritos impediram que a iniciativa fosse concretizada.
A diretoria da Roma, por intermédio de um comunicado, considerou o protesto legítimo, porém condenou a violência, a intimidação e as “expressões racistas e irresponsáveis usadas contra alguns jogadores.”
Segundo o capitão Totti, apenas o presidente e dono do clube não tem culpa pela eliminação da equipe. “Ele gastou muito dinheiro para formar o time e é o único inocente”.
Franco Sensi gastou mais de US$ 80 milhões na contratação de reforços como Batistuta, comprado à Fiorentina por US$ 35 milhões, Walter Samuel, que era do Boca Juniors, e foi comprado por US$ 20 milhões, e Emerson, adquirido por US$ 17 milhões do Bayer Leverkusen.