Sydney - O revezamento masculino 4x100m, uma das provas mais emocionantes do atletismo, começa na sexta-feira, com as séries eliminatórias. O Brasil tem chances de ir à final e buscar uma medalha.
Vicente Lenílson, Edson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino são os responsáveis por tentar manter o país no pódio olímpico desta prova.
O técnico Jayme Netto Junior decidiu mudar a ordem de participação dos atletas na prova. “Desde 95 nós corríamos com o Claudinei como segundo homem e o André como o quarto, mas decidi promover mudanças de acordo com as características de cada um dos componentes”, disse o técnico. Claudinei Quirino não compôs o revezamento em Atlanta porque estava machucado.
A grande mudança para os brasileiros, segundo Jayme, foi botar André Domingos como segundo e Edson Luciano como terceiro, aproveitando o que cada um tem de melhor. Jayme disse que Edson, por ter uma estrutura física muito grande, consegue mais velocidade nas retas.
"Na curva, ele era mais prejudicado pela força gravitacional. Já o André, mais leve e esguio, se sai melhor nas curvas”. Pela forma de disputa do revezamento, a prova começa na curva, prossegue nos 100 metros de reta, tem outros 100 metros de curva e termina na reta seguinte.
Há quatro anos, em Atlanta, o Brasil foi bronze, atrás de Canadá e Estados Unidos, respectivamente ouro e prata. Metade daquela equipe está em Sydney: André Domingos da Silva e Edson Luciano Ribeiro, os outros dois componentes eram Arnaldo de Oliveira e Robson Caetano.
Jayme Netto Junior afirma ainda que Vicente Lenílson foi escolhido para abrir o revezamento por ser um atleta de saída muito rápida.
”Ele e o Raphael são os melhores do Brasil na saída, mas no momento o Lenílson está com tempos mais baixos", disse.
A mudança de Claudinei de segundo para quarto da prova não provocou maiores alterações, segundo Jayme.
”Ele continua correndo na reta, agora com a função de fechar o revezamento.”
Uma das grandes preocupações do técnico está na passagem do bastão. Os atletas precisam estar em sincronia e evitar que o tubo liso de metal caia.
"É uma prova com muitas possibilidades de erros. Os atletas precisam saber a hora de sair para pegar o bastão, devem ter percepção de tempo e espaço e também contar com a sorte. Errar a passagem do bastão é incompetência, mas um adversário pode fazer isso e atrapalhar os competidores", disse Jayme.
Para evitar erros na passagem, os atletas treinam muito a movimentação dos braços. Todos brasileiros são destros, mas os dois que correm nas curvas têm de passar o bastão com a mão esquerda, os que andam nas retas usam a direita.
"Treinei muito a esquerda do André e a direita do Edson, já que mudei a posição dos dois", lembra o técnico do Brasil.
Além dos quatro titulares, o revezamento brasileiro tem Cláudio de Souza e Raphael de Oliveira como reservas. Os dois têm participado dos treinos com Edson Luciano e Vicente Lenílson, substituindo André Domingos e Claudinei Quirino, quecompetem individualmente nos 200m rasos.
Mesmo levando em conta que os dois poderão estar cansados da disputa dos 200m, Jayme Netto Junior acha que este grupo vai longe.
Segundo ele, se o revezamento brasileiro marcar entre 38s30 e 38s40 estará classificado para a final. O melhor resultado do Brasil é o tempo de 38s05, da final do Campeonato Mundial de Sevilha, Espanha, em agosto do ano passado.
No mesmo mês, com 38s27, os brasileiros venceram a prova nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg.