Sydney - Desde que Aída dos Santos fez história ao ficar em quarto lugar no salto em altura na Olimpíada de Tóquio, em 1964, nunca uma mulher brasileira teve tantas chances de brilhar no atletismo como a paulista Maurren Higa Maggi, 24 anos, recordista sul-americana e campeã pan-americana do salto em distância.
Maurren ganhou fama no Brasil depois dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, ao subir no pódio com Leão, seu cachorrinho de pelúcia, companheiro inseparável também em Sydney.
Na quinta-feira, ela tenta o reconhecimento internacional ao participar da primeira rodada da prova em que teve a melhor marca no ano passado em todo o mundo: 7,26m.
O técnico Nélio Moura diz que Maurren está muito bem preparada e tem chances de chegar à final e garantir uma medalha, se conseguir saltar 7m.
”Se marcar 6,60m na classificação, ela já chega a final sem sustos”, disse Nélio. Mas, ele lembra que há outras saltadoras do nível de Maurren nestes Jogos Olímpicos. “Ela está cotada entre as oito favoritas.”
A menina que sonhava ser paquita e acabou usando as pernas para saltar, em vez de dançar, diz que já realizou um sonho, ao conquistar a vaga para representar o Brasil em Sydney.
“Uma coisa de cada vez, falei que vinha para a Olimpíada. Agora, quero competir”, disse Maurren.
Mesmo com tanta expectativa sobre sua participação, Maurren não se sente pressionada. “Tem umas sete meninas no meu nível. Estou tranqüila, não posso encarar essa expectativa como pressão. Do ponto de vista técnico, também estou muito bem, vamos ver na prova”, disse.
O treinamento de Maurren para os Jogos Olímpicos terminou neste sábado. Agora, ela não vê a hora de entrar na pista e mostrar que sua confiança tem razão de ser.
“Ela está confiante mesmo, mais um motivo para acreditarmos que ela vai conseguir uma boa marca”, diz Nélio Moura. Afinal, Maurren já demonstrou que sabe dar saltos maiores do que as próprias pernas, coisa que, ao menos no atletismo, pode valer ouro.