Porto Alegre - O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, cedeu às pressões na madrugada desta terça e bateu o martelo sobre a demissão do técnico Wanderley Luxemburgo, de acordo com informações da agência Globo.
O substituto de Luxemburgo na seleção deve ser o gaúcho Luiz Felipe Scolari, que está no Cruzeiro. Faltariam apenas pequenos detalhes para confirmar o nome do técnico gaúcho, que pode ser anunciado ainda hoje. Carlos Alberto Parreira, do Atlético-MG, também está entre os cogitados.
Luiz Felipe chegou a Porto Alegre segunda de madrugada, jantou com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Perondi, e a 1h47min foi para o estádio Olímpico, no velório de Luiz Silveira Martins, pai do ex-presidente do Grêmio, o Cacalo. Luiz Felipe negou que tenha sido convidado para o cargo.
Este foi o mesmo discurso utilizado por ele em 97. Na ocasião, ele estava no Jubilo Iwata, do Japão, e um dia depois de dizer que não sabia de nada, apareceu no Palmeiras. Este ano, Scolari falou ainda que só sairia do Palmeiras para ir para um clube europeu. Mas, em fevereiro, já havia acordado verbalmente com o Cruzeiro.
Ricardo Teixeira pretendia amadurecer mais a idéia da substituição, mas o fracasso da seleção olímpica e os escândalos envolvendo a vida particular do técnico levaram-no a acelerar a decisão. Depois de sucessivas reuniões na Austrália e seguidos contatos por telefone com a diretoria da CBF no Brasil, Teixeira obteve o aval de seu vice, Alfredo Nunes, e concretizou a queda de Luxemburgo, que ainda não foi comunicado oficialmente da sua saída.
Ricardo Teixeira, que permanece em Sydney, sugeriu, politicamente, um estratégico pedido de licença. Teria nascido aí a decisão de Luxemburgo viajar para Miami.
O cartola comentou a um amigo, em Sydney, que o que pode adiar a saída de Luxemburgo é o jogo contra a Venezuela, pelas Eliminatórias, dia 8. Apesar de que Candinho é quem pode acabar comandando a equipe.
Felipão deve escolher todos os homens de confiança com quem trabalhará. Paulo Paixão, que foi seu preparador físico no Grêmio e no Palmeiras, é nome certo no grupo. O que faltaria acertar – e depende das negociações do treinador com o Cruzeiro – é se ele assumirá a seleção imediatamente ou no ano que vem, na segunda metade das eliminatórias.
Nos contatos com a CBF, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, deixou claro que não permitirá que Felipão treine o clube e a seleção, como fez Luxemburgo.
Se realmente assumir logo o comando da seleção, Luiz Felipe terá de manter a convocação dos 10 jogadores anunciados no sábado por Luxemburgo, ainda na Austrália, para o jogo contra a Venezuela. Os outros oito ficariam por sua conta, já que a apresentação está marcada para terça-feira.
Na segunda-feira, em Belo Horizonte, o treinador gaúcho demonstrou impaciência ao falar sobre a seleção.