Sydney - O técnico da equipe brasileira de tênis de mesa, Francisco Camargo, considerou positiva a participação dos três jogadores que representaram o país nos Jogos Olímpicos de Sydney.
Na sua opinião, apesar de terem sido eliminados, Hugo Hoyama, Carlos Kawai e Lígia Santos Silva cumpriram o seu papel e conseguiram uma conquista inédita: a vitória em partida de duplas em Jogos Olímpicos.
"Hoyama e Kawai caíram em uma chave difícil. Eles derrotaram os argelinos na partida eliminatória e, em seguida, venceram uma dupla da República Tcheca. Infelizmente perderam para os poloneses no jogo seguinte. Se tivessem vencido, estariam entre as 16 melhores duplas dos Jogos, o que seria um grande resultado”, disse.
O desempenho individual dos brasileiros agradou ao treinador. Apesar de 2 derrotas (Otilia Badescu / Romênia / 3 a 0 e Oxana Kuschch/ Rússia / 2 a 1), a participação da estreante Lígia Santos, de 19 anos, mereceu elogios.
“Trata-se de uma atleta jovem, que substituiu uma geração bem mais experiente, como Elyanne Kosaka e Mônica Dotti. Ela tem grandes chances de voltar aos Jogos em 2004”.
Já Hugo Hoyama, de 31 anos, destaque da equipe brasileira, iniciou sua terceira participação olímpica com uma vitória sobre o canadense Kurt Liu (3 a 0), sendo depois derrotado por Yuk Cheung, de Hong Kong (3 a 2). O jogador afirmou após a partida, que esperava chegar bem mais longe na competição.
“Errei bolas bobas e não saquei bem”, disse Hugo, que sonhava com uma medalha em Sydney.
O resultado, no entanto, não decepcionou o técnico Francisco Camargo. “Dentro de nossas condições, fizemos o melhor possível. O Hugo jogou bem e poderia ter vencido a partida, mas faltou um pouco de sorte em momentos decisivos", disse, lembrando que o esporte precisa iniciar logo o planejamento olímpico visando aos Jogos de 2004.
“É preciso haver um trabalho de base, de renovação”, finalizou. O tênis de mesa é olímpico desde Seul-88 (havia participado como esporte exibição em Moscou-80), com domínio dos atletas orientais, principalmente os chineses.
Em Sydney, das 12 medalhas em disputa, 10 foram para a Ásia (China levou nove) e duas para a Europa. Em Atlanta-96, das mesmas 12 medalhas, os países da Ásia ganharam 11 e a Alemanha, uma.