São Paulo - O fraco desempenho do Brasil nos Jogos Olímpicos de Sydney poderão levar o governo a dispensar mais atenção aos problemas sociais. A opinião é do economista da Fipe-USP, Heron do Carmo, para quem o Brasil concentra seu empenho nas questões econômicas, negligenciando os aspectos sociais. “O Brasil teria que virar o disco e discutir o que é fundamental”, afirmou. A estabilização da inflação em baixos patamares a partir de 2001 deve ajudar o País a rever as suas prioridades.
Para ele, as duas questões são sintomas da desorganização administrativa do governo e ineficiência no manejo dos recursos públicos. O baixo número de medalhas conquistadas pelo Brasil em Sydney indica, na sua opinião, a falta de investimento em educação e esporte. Até agora, o País conquistou seis medalhas na Austrália, porém nenhuma de ouro, e está em 42º lugar na classificação, atrás da Etiópia, Moçambique, Azerbaidjão, Cazaquistão. “Este é o problema de termos apenas um ministério forte (o da Fazenda) e os demais fracos”, afirmou.
Heron acha que deveriam ser estabelecidas metas sociais principalmente para a Educação, Saúde e Segurança, a exemplo do que foi feito com a inflação. Estes objetivos tinham que ser divulgados, acompanhados e fiscalizados da mesma forma. “Esta seria a obrigação de um País que arrecada 30% do PIB”, concluiu.