São Paulo - A vitória por 2 a 0 sobre o Independiente, na quarta-feira, pela Copa Mercosul, trouxe de volta a tranqüilidade ao ambiente do Palmeiras.
Além de ter quebrado um tabu de 125 dias sem vencer no Palestra Itália, a atuação da equipe agradou aos torcedores, que já vinham reclamando da instabilidade e da falta de qualidade de alguns jogadores. Superada a pressão, o técnico Marco Aurélio começa a trabalhar com o tempo a seu favor. Terá alguns dias para aprimorar a equipe, já que a próxima partida do Alviverde será somente na quarta-feira, diante do Coritiba, no Palestra Itália.
Depois de praticamente assegurar uma vaga para as quartas-de-final da Mercosul, pelo menos entre os três melhores segundos colocados, o próximo objetivo do Alviverde é recuperar-se na Copa João Havelange. A equipe está na 20ª colocação e tem, ao lado do Guarani, o pior ataque entre os participantes. Assim, necessita de uma seqüência de vitórias para chegar entre os 12 primeiros colocados e classificar-se para a segunda fase da competição nacional.
Alguns jogadores, como o meia Lopes e o atacante Juninho, tinham algo a mais para comemorar, além do bom resultado . Com suas atuações diante dos argentinos, finalmente eles caíram nas graças da torcida e do treinador, aumentando as chances de permanecerem no grupo para 2001, quando os reforços visando à Libertadores e ao Mundial Interclubes deverão chegar.
Para Lopes, que veio do Volta Redonda, do Rio de Janeiro, e marcou 17 gols na última temporada para a equipe carioca, sua boa atuação foi decorrência da continuidade do trabalho. "Estou bem adaptado ao clube." Muitos companheiros, durante os treinamentos, costumavam comparar o estilo de Lopes, que tem 21 anos, ao do ex-jogador Raí, que recentemente abandonou a carreira. "Tenho de aprimorar muito para ser igual a ele", observou Lopes.
Quem não mostrava surpresa com a boa fase da equipe, que acumula três vitórias consecutivas, era o diretor de Futebol, Américo Faria. "É preciso ter consistência e gastar apenas o que é possível." Na opinião do diretor, poucas equipes no Brasil têm a coragem de manter uma filosofia, ainda mais quando a cobrança pelos resultados aumenta a cada partida. Ele disse estar consciente de que as opiniões no futebol são volúveis, mas nem um ciclo de novas derrotas irá mudar o planejamento.
"Estamos ainda no início de um trabalho, sabemos que as derrotas podem acontecer novamente e que ainda temos muito osso para roer."