Rio - O presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), Nicolás Delfino, admitiu que a indisciplina de alguns jogadores e os freqüentes escândalos vêm prejudicando o desempenho da seleção do país nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2002. Passadas oito rodadas, o Peru ocupa apenas a oitava posição, com oito pontos, e parece que mais uma vez o sonho de chegar a um Mundial será frustrado.
"A indisciplina é uma das causas da queda de rendimento da seleção. A isto pode se associar a falta de mentalidade vencedora e a carência de atacantes que façam gols", afirmou o presidente da FPF.
O assunto dos escândalos no futebol peruano voltou à tona após o corte do goleiro Johnny Vegas da delegação que enfrentará a Bolívia, sábado, em La Paz, pela nona rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2002. Vegas apareceu em um programa de televisão tomando licor em um bar de uma movimentada avenida peruana.
O caso do goleiro se somou aos do meia Carlos Flores e do atacante Waldir Sáenz, também cortados em outras ocasiões, por darem prioridade à farras. Tantos problemas fizeram o gerente de seleções da FPF, Antonio García Pye, anunciar que investigará alguns excessos que teriam acontecido ainda sob o comando do técnico colombiano Francisco Maturana.
Um destes escândalos envolveria o próprio Vegas, a partir da denúncia de Michelle Cárdenas, que afirmou que passou noites de sexo com o goleiro na sede da FPF, em vésperas de jogos pelas Eliminatórias. Mas a maior surpresa veio neste fim de semana, em matérias publicadas pela imprensa peruana, dando conta que Michelle não seria ela e sim ele.
O novo técnico da seleção peruana, Julio César Uribe, não quis comentar as últimas denúncias, limitando-se a falar sobre o corte de Vegas.
"A saída dele foi por reincidência e tive que tomar uma medida para que os outros jogadores ficassem em estado de alerta."
O futebol peruano, que um dia já esteve entre os melhores da América do Sul, vem acumulando fracassos e já não disputa uma Copa do Mundo desde 1982.