São Paulo - O modelo utilizado por Émerson Fittipaldi para vencer seu primeiro GP de Fórmula 1 representa um marco na história tecnológica do Mundial. O modelo 72 foi idealizado em 1969 por Colin Chapman, inovador engenheiro aeronáutico inglês, dono e fundador da Lotus, e desenhado por Maurice Phillippe. "Era um carro excepcional, a ponto de eu correr de 1970 a 1973 com o mesmo chassi, o número 5", conta Émerson.
O modelo não foi uma surpresa para as demais equipes, afinal a Lotus já havia produzido projetos vitoriosos. Mas este foi o primeiro carro concebido como um todo, levando em conta a aerodinâmica. O radiador de óleo acabou deslocado da frente para a lateral, o que permitiu a introdução da frente em cunha, bastante baixa, para oferecer a menor resistência possível ao movimento. Essa solução ainda é adotada pelos projetistas da F-1.
As novidades técnicas do 72 continuam. Suas suspensões controladas por barras de torção eram tão avançadas que seu princípio também é usado até hoje na F-1. Os conjuntos discos e pinças de freios passaram para dentro do carro, eram junto às rodas, com o objetivo de aproximar do baricentro (centro de gravidade) do monoposto a maior massa possível do conjunto. "Com exceção dos reforços que a Lotus foi introduzindo no chassi e nas novas suspensões, o 72 sempre foi o mesmo projeto", explica Émerson. "Sei que o filho do Chapman está reconstruindo o chassi que usei. Estou curioso para rever o 72."
Este modelo é o de maior longevidade na história da F-1. O carro estreou no GP da Espanha de 1970, com Jochen Rindt. Já na prova seguinte, na Holanda, o piloto austríaco venceria com o 72. Foram outras quatro vitórias naquele campeonato: três com Rindt e uma com Émerson.
No total, do GP da Espanha de 1970 até o GP dos Estados Unidos de 1975, o modelo disputou 75 corridas de F-1 e venceu 20. Foi campeão do mundo em 1970, com Rindt, e em 1972, com Émerson.