Rio - A Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) e a empresa espanhola Dorna, organizadora do Campeonato Mundial de Motovelocidade, firmaram nesta sexta-feira um acordo para organização de um campeonato de 125 cc que promova a descoberta de novos pilotos.
"Não se trata de uma iniciativa inédita, mas sim de uma cópia do que os espanhóis já fazem com a Copa MoviStar de 125 cc", disse Moacir Gallo, um dos executivos da Vadam, empresa brasileira responsável pelo Grande Prêmio Brasil, que será disputado sábado no autódromo Nelson Piquet, no Rio de Janeiro.
O presidente da CMB, Lincoln Pereira, declarou ao anunciar o acordo em uma entrevista coletiva (na qual também estava presente o presidente da Dorna, Carmelo Ezpeleta), que este campeonato brasileiro de 125 cc contará com a participação exclusiva de jovens pilotos que serão previamente selecionados e devem ter idade 12 e 15 anos.
Trata-se de uma nova fórmula para preparação de pilotos e mecânicos de competição. Ambos serão selecionados em todo o território brasileiro e os candidatos não precisarão saber dirigir bem uma moto.
O processo de seleção será rigoroso: os candidatos serão submetidos a entrevistas por uma comissão de experts que os "interrogarão" sobre os mais variados assuntos, além de testes psicológicos para detectar possibilidades de progresso com o objetivo de que possam tornar-se profissionais.
"A idéia não é formar somente um piloto ou um mecânico, mas sim transformá-los em futuros profissionais", ressaltaram Pereira e Gallo.
Por isso, serão escolhidos apenas 20 pilotos para a primera edição deste campeonato de 125 cc, que será disputado entre novembro de 2001 e março de 2002.
A Vadam e a Dorna darão assistência técnica igual a todos os pilotos, que poderão inclusive escolher seus mecânicos. Todos eles usarão motos Honda e não terão gastos com a manutenção e as viagens da equipe, a exceção de seus própios deslocamentos até os circuitos, frisou Pereira.
Ezpeleta, por sua vez, afirmou que a meta dos campeonatos de 125 cc é preparar pilotos para as demais categorias, como a Fórmula Três (F3) inglesa faz com relação ao ingresso na Fórmula Um (F1).
"Só depois de passar pela F3, um piloto pode aspirar seu ingresso em uma equipe de F1", declarou Ezpeleta.