Porto Alegre - Tímido e com o sotaque catarinense ainda carregado, Anderson Nocetti, natural de Friburguense, tem muito a ver com a frase que leva consigo pelo mundo afora. “Por mais que você alcance o sucesso, seja sempre o mesmo”, disse. Simples, está feliz com o 12º lugar no skiff, o barco de um homem só. Nunca o Brasil foi tão bem.
O fato de ser o único brasileiro do esporte nos Jogos foi, segundo ele, ruim.
"Costumamos treinar com mais gente para puxar o ritmo. Mas lá era só eu", reclamou.
Mal chegou da Austrália e o remador do Grêmio Náutico União, de Porto alegre, já está treinando nas águas do Guaíba. Ele, o técnico Ricardo Contieri e Marcellus Marcilli, outro remador do União, já pensam em Atenas/2004.
Na próxima olimpíada, as intenções são de mandar o double skiff (barco de dois atletas). Mas querer não é exatamente poder em se tratando de remo. As dificuldades financeiras atrapalham.
"Em abril tem a Copa do Mundo, mas só poderemos ir se a Confederação Brasileira conseguir a verba. Certa vez descobri, um dia antes de viajar, que não tínhamos dinheiro para ir" lembra, desolado, Anderson Nocetti.
"Cuba e Argentina treinam como seleção. Aí fica muito mais fácil. Aqui, cada atleta treina no seu clube e às vezes ficamos meses sem competir. Na Europa há campeonatos toda a semana", ensina.