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Tuta apela à conversa no Palmeiras
Domingo, 15 Outubro de 2000, 02h07

São Paulo - Nem nos tempos de Araçatuba, Tuta passou por uma situação parecida. O jogador nunca defendeu uma equipe como a do Palmeiras, traumatizada, com companheiros inseguros na hora de chutar para o gol até mesmo nos treinos.

Até na hora de receber passes perto da área, a bola não chega em boas condições para chutar a gol. Não é por acaso que até a partida de ontem, era a mais incompetente na Copa João Havelange, marcando apenas 12 gols em 16 partidas.

"Eu estou fazendo o máximo para conversar com o resto do time. Se estamos preocupados em defender, precisamos ter sangue frio na hora de atacar. A torcida vai ao estádio para tentar empurrar o time para a frente. Mas jogando de forma afobada transformamos esses torcedores em nossos inimigos. É preciso ter paz de espírito, caso contrário, nada feito! E a situação vai ficando cada vez pior."

Tuta chegou muito animado do Flamengo para o Palmeiras. Estava encostado na Gávea. O problema era que ele exigia os US$ 300 mil que o clube lhe devia. A saída dos dirigentes cariocas foi emprestar o atacante para uma das equipes bancadas pela ISL, sua patrocinadora. Primeiro foi oferecido para o Grêmio.

Mas Tuta não aceitou o negócio. Antes, queria o dinheiro seguro na sua conta bancária. Com o Palmeiras deu certo. "Eu via no Rio de Janeiro que com a saída do Pena, o Palmeiras ficaria sem um homem definidor. Senti que a vaga poderia ser minha. Fiquei muito animado porque a diretoria prometeu que no próximo ano, a equipe será muito reforçada. A ISL deve ajudar na formação de um time forte para disputarmos a Libertadores e o Campeonato Mundial de Clubes. Até o final do ano tinha a certeza de que seria difícil porque os jogadores são jovens e estão desentrosados. E estamos lutando para nos superar", revela Tuta.

O jogador tem procurado mostrar calma. Contra o América Mineiro, foi substituído aos 12 minutos do segundo tempo. "Foi duro. Logo no terceiro jogo, sai do time. A bola não chegava. Assim ninguém vai marcar gol. Nosso time não tem muitos jogadores com estilo ofensivo. Isso pesa. A torcida poderia colaborar não pressionando tanto."

Tuta começou sua carreira no Araçatuba, passou pelo XVde Piracicaba, Juventude, Etti-Jundiaí, Portuguesa, Atlético Paranaense, Venezia, Vitória e Flamengo. "No meu décimo clube é que vou dar sorte. Os gols estão difíceis agora, mas eles vão aparecer. Os torcedores palmeirenses vão ter uma surpresa. E ainda esse ano", sonha.

Jornal da Tarde


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